terça-feira, 23 de junho de 2009

Mendes diz que fim do diploma ocorrerá em outras profissões

Rio - Foco de polêmica desde sua última decisão a respeito do fim do diploma para o exercício da profissão de jornalista, o presidente do Supremo Tribunal Federla (STF), ministro Gilmar Mendes, alfinetou nesta segunda-feira outras profissoes. Sem dizer quais, Mendes disse que outros profissões podem ter a exigência do canudo banida. Ele garante que a regulação só é 'excepcional' quando há ameaça aos valores básicos ou à saúde.
“Eu diria que esta é apenas a primeira de uma série sobre desregulamentação de profissões”, disse ele nesta tarde em um hotel ele esteve para fazer palestra a empresários.
Para Mendes, no entanto, pode ser que a decisão venha a beneficiar o mercado. “Pode ser que futuramente o mercado exija não só uma formação, mas várias especializações”. Esta não foi a primeira vez que o ministro da Corte Suprema brasileira disse que outras profissões também podem ter a exigência do diploma banida. No fim da semana passada, quando o STF decidiu pela não obrigatoriedade de curso superior para o jornalismo brasileiro, chegando até a comparar jornalistas a cozinheiros, Mendes iniciou uma polêmica que assutou estudantes e profissinais da área de comunicação.
E como toda ação tem uma reação, na tarde desta segunda-feira os estudantes e jornalistas, formados, fizeram um protesto no Centro do Rio. Com cartezes, apitos e narizes de palhaço, dezenas de pessoas entoavam o pito "Só diploma de jornalista garante qualidade da informação". O protesto se entendeu a várias outras cidades do Brasil. Em São Paulo, cerca de 80 estudantes, segundo a Polícia Militar, reuniram-se às 10h, em São Paulo, em frente a um hotel onde o ministro se apresentou. Em Brasília, um outro grupo de estudantes também fez protesto em frente ao STF, na Praça dos Três Poderes.

Para Gilmar Mendes, o o fato de um jornalista ser formado não significa mais qualidade aos profissionais da área e nem à população.

Concurso Público

Quando comparou a profissão de jornalista a de cozinheiro, Mendes teve seus argumentos seguidos por Carmen Lucia, Eros Grau, Ricardo Lewandowski, Ayres Britto, Cezar Peluso, Ellen Gracie e Celso Mello. Menezes Direito e Joaquim Barbosa não participaram da sessão. Vencido, Marco Aurélio Mello disse que o jornalista deveria ter formação básica que viabilize atividade profissional. O ministro Ricardo Lewandowski disse que “em princípio os concursos públicos não podem mais exigir diploma de curso superior de jornalismo”.

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) afirmou que o diploma permitiu a qualificação da atividade. “Acaba a valorização do mérito pessoal de se procurar escola de jornalismo e substitui-se pela vontade do patrão, que vai decidir com base num 'talentômetro' quem pode, ou não, ser jornalista”, ressaltou o presidente da entidade, Sérgio Murillo.

A Associação Nacional dos Jornais anunciou que continuará a exigir diploma. Presidente do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal, Romário Schettino, afirmou que jornalistas serão prejudicados em concursos. “Teremos que concorrer em Nível Médio”, comentou.

Reitor da PUC é favorável à decisão

O padre Jesus Hortal, reitor da PUC-RJ, gostou da iniciativa do STF. Segundo ele, a exigência do diploma exclui as pessoas que possuem talento de escrever, mas não conseguem cursar uma universidade.

Juliana Machado, 22 anos, estudante do 7º período de Jornalismo da Universidade Veiga de Almeida, ficou decepcionada ao saber da decisão. “Estou prestes a me formar. Agora, o que vou fazer com o meu diploma?”, questionou a aluna.

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