sábado, 13 de junho de 2009

Mais seis corpos estão em navio francês.

Aeronáutica e Marinha mostram destroços do Airbus A-330 da Air France
O Globo Agências internacionais

Uma máscara de oxigênio entre os destroços apresentados pelas autoridades aeronáuticas / Foto: Reuters

RIO - Os comandos da Aeronáutica e da Marinha que coordenam as buscas por corpos na área do acidente do Voo 447 informaram nesta sexta-feira que têm conhecimento de que existem mais seis corpos a bordo do navio anfíbio francês Mistral, mas estes corpos só serão computados oficialmente quando forem transladados para o navio brasileiro. O Mistral permanece no limite entre a área de buscas de Dacar e a área brasileira.

Mais cedo, a Marinha e a Aeronáutica apresentaram os primeiros destroços do Airbus A-330 da Air France que caiu na noite do dia 31 de maio no Oceano Atlântico com 228 pessoas a bordo. O material recolhido no mar está armazenado no hangar de uma base da Força Aérea Brasileira (FAB) em Recife.

As peças, que foram levadas para a capital pernambucana por uma aeronave Hercules C-130, serão analisadas por um técnico francês que chega ao Brasil no próximo domingo, dia 14. Responsável por investigar as causas do acidente, ele fará uma perícia inicial das peças e avaliará se os destroços serão levados para a França ou se a perícia completa será realizada em território brasileiro.

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Todos os destroços tem uma relevância muito grande, porque a análise deles permite aos investigadores identificar, ou pelo menos ter um auxilio para identificar, qual foi a causa do acidente - afirmou o tenente-brigadeiro da Aeronáutica, Ramon Borges Cardoso.

A Fragata Constituição, que deverá chegar a Fernando de Noronha nas primeiras horas de sábado com três corpos resgatados na área de buscas e embarcados na quinta-feira, deverá seguir viagem ao Porto de Recife com destroços e objetos pessoais recolhidos no oceano e que já estão em Fernando de Noronha.

- Serão trazidos para Recife alguns corpos que já haviam sido recolhidos em Fernando de Noronha para que sejam entregues ao Instituo Médico Legal para que seja dado procedimento ao trabalho de identificação. Para amanhã estão previstos 20 corpos virem para cá - informou, de Recife, o tentente-brigadeiro Ramon Cardoso.

A previsão de chegada à capital pernambucana da fragata Constituição é no próximo domingo, 14 de junho, As peças da aeronave (destroços) ficarão à disposição das autoridades francesas, encarregadas pelas investigações das causas do acidente, através do Bureau D'enquêtes et D'Analises pour la Securité de l'Aviation Civile (BEA). Os objetos pessoais (bagagem) resgatados, segundo informa nota dos comandos da Marinha e da Aeronáutica, são de responsabilidade legal da Air France.

Diretor do Departamento de Controle do Espaço Aéreo da Aeronáutica, o tenente-brigadeiro Ramon Cardoso disse também que novos destroços do AF447 foram avistados por aeronaves deslocadas para oeste dos pontos iniciais de busca.

Destroços do voo 447 da Air France - AFP

- Direcionamos as buscas para os locais mais prováveis e já tivemos informação de avistamento de destroços, e os navios estão sendo direcionados para esse local - disse ele.

Os destroços visualizados nesta sexta-feira estão numa área de jurisdição do Brasil, e serão levados pelos navios a Recife, onde já estão as primeiras partes da aeronave recolhidas do mar. Nesta sexta-feira alguns navios recolheram alguns destroços e pertences pessoais na área de buscas.

Cardoso informou que as buscas prosseguirão no sábado na mesma área indicada pelo rastreador R-99.

- A área de busca continuará a ser a mesma, tendo em vista informações do R-99 indicam que os destroços permanecem nesta área, basicamente no limite entre a área de controle de Dacar e a área de controle Atlântico - disse Cardoso.

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As equipes de busca da FAB e da Marinha, com ajuda de embarcações e aeronaves da França, já resgataram 44 corpos de vítimas do voo AF 447, que caiu quando fazia a rota Rio de Janeiro-Paris com 228 pessoas a bordo. De acordo com o brigadeiro, até o dia 20 ainda seria possível encontrar corpos.

As condições meteorológicas continuaram desfavoráveis para a realização das atividades nesta sexta-feira, no entanto, as aeronaves de busca mantiveram as atividades planejadas ao longo do dia. A altura das ondas permanece abaixo de um metro e a temperatura da água na superfície está em torno de 26 graus.

Destroços do voo 447 da Air France - AFP

O brigadeiro afirmou que o planejamento das forças está pronto para continuar com as operações até o dia 25, mas ressaltou que a partir do dia 17 haverá uma reunião a cada dois dias entre Marinha e FAB para avaliar os achados que estão acontecendo e decidir a continuidade das buscas. Segundo o tenente-brigadeiro Cardoso, as famílias das vítimas serão as primeiras pessoas a serem informadas sobre a decisão de se encerrar as buscas.

- As buscas podem ser levadas ainda mais a frente do que o dia 25. Em termos logísticos trabalhamos sempre com praticamente uma semana a mais. No momento em que não houver mais nenhuma possibilidade de encontrar corpos e destroços, somente aí as buscas serão encerradas. O que vai determinar isso são posições técnicas e também as possibilidades que temos de achar ainda algum despojo que nos leve mais a frente.

Em Recife acontece a identificação dos primeiros 16 corpos resgatados. Segundo a Polícia Federal, não há previsão para o encerramento das identificações. Outros 20 corpos que estavam em Fernando de Noronha, onde passaram por uma verificação preliminar, estão a caminho da capital pernambucana, enquanto a fragata Constituição transporta três corpos até Fernando de Noronha.

Nesta sexta-feira, familiares de duas vítimas reuniram-se com autoridades da PF, da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco e da polícia científica, que explicaram os motivos técnicos que não permitem que os familiares tentem realizar a identificação dos corpos, assim como dos pertences colhidos.

"Quanto à identificação dos corpos, o estado em que se encontram não garante que uma eventual indicação positiva por parte dos familiares seja conclusiva", disse a PF em comunicado.

"A tentativa da identificação de pertences e roupas das vítimas também não é possível, pois é inviável garantir que duas ou mais pessoas não estivessem trajando vestimentas semelhantes ou possuíssem pertences parecidos."

A PF acrescentou que "para auxiliar os trabalhos de identificação, foram solicitados os prontuários de identificação civil das vítimas às Secretarias de Segurança Pública dos respectivos Estados".

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Extra Online

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