quinta-feira, 18 de junho de 2009

Filha diz que pai morreu devido a erro médico em Queimados

Queixa na polícia

Lucilene da Silva, filha de José Rodrigues, registrou queixa na delegacia de Queimados. Foto: Fernando Torres / Extra

José Rodrigues Irmão, de 65 anos, morreu depois de ser liberado no pronto-socorro 24 horas de Queimados, na Baixada Fluminense. Horas antes, um médico disse que ele não precisava ser internado e receitou medicamentos para problemas no estômago, mas o idoso faleceu, segundo laudo do Instituto Médico-Legal, devido a edemas pulmonares causados por complicações cardíacas. Sua filha, Lucilene da Silva, de 23 anos, vai processar a prefeitura, que administra a unidade. Revoltados, os familiares registraram o caso na 55ª DP (Queimados), que apura se houve negligência médica.
No último dia 8, segunda-feira, o auxiliar de serviços gerais aposentado passou mal e foi levado ao Posto de Atendimento Médico de Queimados, bairro Fanchem. Segundo a jovem, um médico recomendou a realização de um eletrocardiograma, mas o exame não teria sido feito, imediatamente, porque o aparelho estaria com problemas. Uma enfermeira teria pedido ao porteiro Rodrigo da Silva, de 26 anos, filho de José, para segurar a tomada na parede, pois os fios estariam com mau contato. Depois de várias tentativas, os parentes foram levados a uma outra sala da unidade, onde permaneceram até que um profissional apresentou o resultado do eletrocardiograma e do exame de sangue, afirmando estar tudo bem com o paciente.
O idoso continuou na maca e, às 21h, após da troca de plantão, um segundo médico ratificou o diagnóstico do anterior. O profissional entregou um receituário à Lucilene, encaminhando José Rodrigues a um gastroenterologista, especializado em problemas de estômago. Ele teria dito à cabeleireira que o paciente estava com gases intestinais e receitou Omeprazol 20 mg, remédio indicado para pessoas com gastrite.
De volta para sua casa, no bairro Jardim da Fonte, Irmão tomou o medicamento, mas seguiu com dores agudas no peito. Por volta das 3h de treça-feira, ele desmaio e foi levado ao mesmo hospial devido à menor distância. Desacordado, recebeu massagem cardíaca, mas não resistiu. O exame cadavérico feito no Instituto Médico-Legal (IML) de Nova Iguaçu, atestado pelo médico legista Paulo Roberto Pinheiro, aponta que José morreu por causa de edemas pulmonares causados por uma parada cardíaca.
— Não havia sequer um lugar digno para o meu pai ser atendido. Ele foi colocado em uma mesa de ferro, sem forro. Trataram um homem de bem como um lixo. Não vou ter meu pai de volta, mas quem deixou ele morrer precisa pagar pelo que fez — denunciou a cabeleireira.
A Prefeitura de Queimados foi procurada, mas não deu explicações sobre o fato.

Casos de Cidade - Extra Online

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