terça-feira, 16 de junho de 2009

Erro médico reparado depois de dez anos na Baixada Fluminense

Indenização de R$ 100 mil

Severina Ramos vai receber indenização de R$ 100 mil após a morte do marido, Marcos Antônio Ferreira. Foto: Fernando Torres / Extra

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Ao observar as fotos de seu casamento, Severina Ramos Barbosa, de 60 anos, ameniza um pouco a saudade do marido Marcos Antônio Ferreira, que morreu em decorrência de problemas cardíacos. Nos últimos dez anos, sua dor aumenta a cada lembrança. Mas o mesmo sofrimento que machuca serviu de incentivo para chegar tão longe na luta por justiça. Em decisão unânime, a 2ª Região do Tribunal Regional Federal (TRF) condenou a União a pagar uma indenização de R$ 100 mil por danos morais e materiais à Dona Severina. O tribunal julgou que Marcos morreu devido a um erro médico no Hospital Geral da Posse, em Nova Iguaçu.
O drama da família Ferreira começou no dia 19 de agosto de 1999, quando, durante o banho, Marcos, de 42 anos, escorregou e bateu a testa na parede. No Hospital da Posse, por meio de uma radiografia, foi detectada uma fissura acima do nariz. De acordo com Severina, os médicos fizeram apenas um curativo e liberaram seu marido. Menos de 24 horas depois, ele passou mal e voltou à unidade, onde teve o curativo renovado e foi, novamente, dispensado. 
Marcos Antônio Ferreira, morto em 1999. Foto: Reprodução / Fernando TorresNo dia seguinte, o quadro se agravou e, a caminho do hospital, Marcos sofreu uma parada cardíaca e não resistiu.
— Procurei a Justiça por$a revolta é muito grande. Cheguei ao hospital para salvar uma pessoa querida e acabei sozinha, sem meu companheiro. Foi triste demais ver um homem bom, que trabalhou tanto, sem receber um tratamento decente. Quando passou mal, morrendo, ele foi atendido no chão. Jogaram uma vida fora porque não queriam ter trabalho — afirmou Barbosa, que tem um filho e um neto.
Segundo o desembargador federal Antônio Cruz Netto, relator do caso, por meio de documentos anexados aos autos foi provada a omissão da equipe médica:
— Pelos prontuários, é possível concluir que o agravamento do estado do paciente poderia ter sido evitado, se nos atendimentos iniciais houvesse um cuidado maior na análise de seu quadro clínico.

Casos de Cidade - Extra Online

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