quarta-feira, 3 de junho de 2009

Definidos os nomes dos parentes que vão acompanhar as investigações sobre o voo

Eles quererem pedir ao governo um avião da FAB para ir ao Recife.
Familiares acreditam poder encontrar informações mais precisas.

Daniella Clark Do G1, no Rio

Os nomes dos parentes dos passageiros do voo 447 da Air France, que farão parte da comissão para acompanhar as buscas pelo avião, foram definidos nesta quarta-feira (3). A primeira reivindicação do grupo é participar das buscas em Recife.

Cobertura completa: voo 447

Os nomes definidos são: Maarten van Sluys, irmão de Adriana Francisca van Sluys; Aldair Gomes de Oliveira; pai de Marcelo Parente; Nelson Faria Marinho, pai de Nelson Marinho; Simone Gustafsson, esposa que Helge Gustafsson; João Marcelo, irmã de Ana Carolina; Daniela Moreira, irmã de Adriana Moreira; Daniel Luz, ex-chefe de Pablo Dreyfus; Josafar Dias de Morais, irmão de Tadeu dias de morais; Carlos Galuzzio Silva Mateus, pai de Carlos Alberto Mateus; Hercilio Euzébio Machado; marido de Dayse Possamai; Valdemilson da Silva Oliveira, irmão Vanilzia Betler; e Sylvain Owondon, irmão de M. Owondon.

“A primeira reivindicação que surgiu de imediato é que uma parte desse grupo se desloque assim que for viável para a base de operações em Recife”, disse Maarten van Sluys, irmão da passageira Adriana Francisca Van Sluys.
A comissão foi eleita por cerca de 50 familiares dos passageiros, durante almoço no Hotel Windsor, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. O objetivo é que os familiares possam estar presentes quando chegarem os destroços recolhidos.
“A reivindicação principal é que queremos participar de tudo que tenha relação com esse assunto, queremos ter voz ativa, estarmos nos locais onde estiverem sendo feitos trabalhos, onde estiverem sendo deliberadas decisões em relação ao processo”, disse Maarten.
Segundo ele, essa decisão partiria não da Air France, mas da Aeronáutica e da Marinha. Nada, no entanto, foi formalizado ainda. “Eles são muito solícitos, dizem que isso vai ser apresentado ao Estado Maior, à instância superior, e que seguramente vai ser dada essa possibilidade a nós”.
As famílias esperam que a ida a Recife ocorra o mais brevemente possível. No entanto, eles receberam a informação de que isso dependeria das condições climáticas.

Muitos ainda têm esperanças

Os representantes disseram ainda que o clima na hora do almoço entre os parentes dos passageiros era um misto de desolação e esperança. Muitos ainda acreditam em sobreviventes.
“Os ânimos são, em alguns casos, de desolação. Agora, na hora do almoço vieram familiares num estado muito abalado, mas isso também é misturado com expectativa e com esperança de que possam surgir fatos que deem condição de pensar que possam ainda haver sobreviventes”, disse Maarten.
Os parentes ainda não receberam um novo boletim oficial sobre as buscas, mas foram informados que as condições climáticas no local estão piorando.
Nesta quinta-feira (4), será realizada uma confirmada cerimônia religiosa amanhã na Igreja da Candelária, no Centro do Rio. Segundo os representantes das famílias, a Air France disponibilizou transporte para deslocar os familiares do hotel para o local

Nelson Faria Marinho, pai do mecânico de mesmo nome que embarcou no voo, disse que a comissão vai pedir ao governo brasileiro um avião da FAB para levar os parentes dos passageiros até Recife.

Ele acredita que mais próximo do local onde teria caído o avião, seja mais fácil receber informações.

"A gente não esgotou nossa esperança de que haja sobrevivente. Ainda acreditamos que haja sobreviventes. Nossa esperança ainda não morreu, só vamos perder a esperança quando tiver algum fato concreto e isso ainda não aconteceu", disse Nelson.

Nelson seguia para Angola onde trabalhava em uma plataforma de petróleo.

"Nessa empresa que ele trabalha, ele recebeu um treinamento de sobrevivência embaixo d'água. Se ele teve alguma chance, ele aproveitou", disse o pai.

Alguns preferem continuar no Rio

 Foto: Fabricio Cota/GloboEsporte.com

Foto: Fabricio Cota/GloboEsporte.com

Maarten, irmão da funcionária da Petrobras, Adriana, pretende acompanhar as investigações no Rio (Foto: Fabricio Cota/GloboEsporte.com)

O irmão da funcionária da Petrobras Adriana Van Sluys, Maarten Van Sluys, disse que não pretende seguir para Recife.

"Lá tem muita gente trabalhando e somando esforços. Não acho pertinente a família estar lá. Aqui é o local onde temos as informações" , disse Maarten.

Maarten mora em Goiás, mas está hospedado desde segunda-feira (1º) com a mãe no Hotel Windsor para aguardar informações sobre o acidente.

"Enquanto alguém não disser que isso é humanamente impossível, acredito que possa haver sobreviventes, mas não sei se é o meu desejo prevalecendo sobre a razão", disse o irmão.

Área de destroços da aeronave

Na manhã desta quarta, familiares de passageiros do voo 447 da Air France receberam a informação da Marinha de que teria aumentado de 5 para 20 km a área de destroços da aeronave que caiu no Oceano Atlântico no domingo (31). Cerca de 30 famílias das vítimas estão hospedadas no Hotel Windsor, na Barra da Tijuca, onde funciona o atendimento aos parentes.

"Segundo eles, havia ainda uma peça única de 7 metros", disse Maarten Van Sluys, irmão de Adriana Van Sluys, de 40 anos, assessora da presidência da Petrobras, que não perde a esperança de encontrá-la viva.

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