quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Técnicos identificam substância que vazou no Rio Paraíba do Sul

Análise mostra que não houve alteração na qualidade da água, diz CSN.
Inea diz que situação está sob controle.

Do G1, no Rio

Foto: Reprodução/TV Globo

Barreiras de contenção foram instaladas para isolar o óleo que vazou no Rio Paraíba do Sul (Foto: Reprodução/TV Globo)

Uma equipe do Instituto estadual do Ambiente (Inea), órgão da Secretaria estadual do Ambiente, identificou, nesta quarta-feira (5), a substância que vazou de uma tubulação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) no Rio Paraíba do Sul. Segundo o Inea, técnicos detectaram a presença de benzo (a) pireno e benzo antraceno nas amostras de água.

O vazamento aconteceu em Volta Redonda, na Região Sul Fluminense. Os testes foram realizados em vários pontos do Rio Paraíba do Sul. O material é proveniente da área de destilação do alcatrão, segundo o Inea. O setor pertence à unidade carboquímica da CSN.

Segundo os técnicos, somente na altura do emissário principal da usina, onde foram instaladas as barreiras de contenção, foram encontrados níveis de concentração desses produtos acima dos padrões exigidos.

A CSN informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que uma equipe está no local monitorando a mancha de óleo e que o vazamento está controlado. Segundo a companhia, barreiras de contenção foram instaladas para evitar que o material se espalhe, mas ainda não há informações sobre a origem e a dimensão do vazamento.

Situação sob controle

A gerente de qualidade da água do Inea, Fátima Soares, afirmou que a situação está sob controle, já que não foram identificadas concentrações dessas substâncias fora dessa área. Além do Rio Paraíba do Sul, técnicos também colheram amostras de água nos municípios vizinhos a Volta Redonda e no Rio Guandu.

Equipes de analistas ambientais do Inea estiveram de plantão nesta quarta-feira dentro da siderúrgica e na saída do emissário da CSN. No entanto, não foi constatado nenhum sinal de novo vazamento. As barreiras de contenção permanecem preventivamente no local.

Atitude 'lamentável', diz secretária

Na terça-feira (4), a secretária de estado do Ambiente, Marilene Ramos, disse que considerou “lamentável” o vazamento registrado em Volta Redonda. 
A secretária disse que a empresa subestimou o acidente – o segundo registrado em 40 dias. De acordo com ela, a CSN só se pronunciou quase 48h após o vazamento ser registrado.

Marilene informou que foi a Volta Redonda participar da coleta de amostras. Ela ressaltou que a CSN será multada. O valor pode chegar a R$ 50 milhões.

A CSN informou, por meio de sua assessoria, que não vai se pronunciar sobre as declarações da secretária.

Captação de água mantida

Como não havia sinais de contaminação de mais gravidade, a captação de água do rio foi mantida. O presidente da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), Wagner Victer, informou na segunda-feira (3) que uma equipe vai acompanhar a situação junto com o Inea.

Segundo Victer, a companhia tem um procedimento de emergência para ocorrência de vazamentos. Ele afirmou, ainda, que as captações estão sendo monitoradas e que, até o momento, não há comprometimento ou interrupção de abastecimento.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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