terça-feira, 25 de agosto de 2009

RJ paga indenização simbólica a famílias de ex-presos políticos

Palácio Guanabara anuncia que cada uma receberá R$ 20 mil.
Duas mães de jovens executados em favelas terão R$ 50 mil.

Liana Leite Especial para o G1, no Rio

Foto: Liana Leite/G1

Esposa de preso político mostra cartas enviadas pelo marido da prisão (Foto: Liana Leite/G1)

O governo do Rio de Janeiro decidiu reparar, de forma simbólica, as torturas físicas e psicológicas sofridas durante a ditadura militar brasileira por ex-presos políticos, parentes e amigos das vítimas.  Trinta famílias receberão R$ 20 mil.

A secretária estadual de Direitos Humanos, Benedita da Silva, informou, durante evento realizado nesta terça (25) no Palácio Guanabara, na Zona Sul, o governo estadual decidiu indenizar as famílias porque os presos eram cariocas.

O dinheiro sairá dos cofres públicos estaduais, e os valores diferem muito das indenizações pagas pelo Ministério da Justiça.

Além dos anistiados políticos, a secretária anunciou que as mães de dois jovens mortos brutalmente em comunidades carentes do Rio, há cerca de dez anos, também serão indenizadas. Cada uma receberá R$ 50 mil. “O governo vai depositar em 24 horas”, garante a secretária.

Para Dilza Lopes, mulher de um ex-preso político Manuel Edivaldo, nenhum dinheiro paga as atrocidades cometidas durante a ditadura. “Ele me mandava cartas de dentro do presídio. Sofro só de lembrar". Manuel, que ficou preso por quase dois anos, faleceu em 2008 de ataque cardíaco.

Mais indenizações até 2010

Segundo o governador Sérgio Cabral, este ano já foram reparadas 45 famílias. “Até 2010 o estado se compromete a pagar indenizações a todos aqueles que estão solicitando seus direitos”, diz Cabral.
O Comandante-geral da Polícia Militar, Mário Sérgio Duarte, também estava presente e pediu desculpas em nome da corporação.

PM suspeito é promovido

Para Ivanilde Telassio, mãe de Wallace de Souza, morto em 1998, nada vai compensar a morte do filho. O jovem de 18 anos foi brutalmente assassinado no Morro da Babilônia, no Leme, Zona Sul do Rio. Ivanilde afirma que um dos PMs suspeitos de participar da execução ainda está solto e foi promovido a major. “Ainda hoje tenho medo. Ano passado fui ameaçada de morte pela própria polícia”, conta.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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