segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Irmão de menina austríaca deixa o Brasil para viver com pai

Menino, de 12 anos, retornou à Áustria na última sexta-feira (28).
Corpo de Sophie, que morreu em junho aos 4 anos, continua no IML.

Daniella Clark Do G1, no Rio

Foto: Reprodução/ TV Globo

Sascha abraça o filho em julho deste ano, quando o pai retornou à Austria: menino embarcou com avós na última sexta (28) (Foto: Reprodução/ TV Globo)

O irmão de 12 anos de Sophie Zanger – que morreu em junho, aos 4 anos, de traumatismo craniano, vítima de supostos maus tratos – retornou à Áustria na companhia da avó de criação, Anayá Caldas, e da avó paterna, Vera Zanger.

O menino viajou na última sexta-feira (28). Segundo o pai, Sascha Zanger, na última quarta-feira (26), a juíza substituta da 27ª Vara Federal do Rio expediu um mandado judicial para que o filho retornasse imediatamente ao país.
“O reencontro foi muito emocionante. Ficamos muitos felizes de nos ver novamente. Depois de quase dois anos de luta, finalmente alguém tomou a decisão certa”, escreveu Sascha, por e-mail, ao G1.
Segundo Sascha, enquanto o menino estava no Brasil, a guarda foi compartilhada por Anaya e a avó paterna. “Na Áustria, eu tenho a guarda exclusiva dele”, disse.

Como o processo corre em segredo, a Justiça Federal do Rio não se pronunciou sobre a decisão. Segundo Isabel Alves, do Centro de Apoio e Defesa da Cidadania, que prestou auxílio à família no Brasil, a criança embarcou à meia-noite de sexta-feira para a Áustria. As duas avós teriam viajado com o menino para facilitar sua adaptação no país.

“Ele aqui corria riscos”, diz.

Corpo de Sophie ainda está no IML

Sophie faleceu em 19 de junho no Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, na Baixada Fluminense. Dois meses e meio depois, no entanto, seu corpo permanece no Instituto Médico Legal, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. De acordo com Sascha, a família pretende optar pela cremação.
“Estamos fazendo um pedido à juíza pelo meu advogado. A demora foi por causa do segundo laudo, que não saiu e nem vai sair. É incompreensível”, escreveu o pai.
Em julho deste ano, a polícia indiciou a tia e a prima de Sophie por tortura resultante em morte. As duas podem pegar até 16 anos de prisão. As suspeitas, no entanto, negam as acusações. Em depoimento, a tia Giovana dos Santos, que tinha a guarda provisória da menina, e a prima Lílian dos Santos, alegaram que Sophie havia batido com a cabeça ao cair no banho.

Sophie ficou internada em coma durante uma semana, antes de falecer. De acordo com a polícia, no entanto, o laudo não foi conclusivo para dizer se o ferimento na cabeça foi causado por espancamento ou queda, apesar de a criança apresentar marcas de que teria sofrido maus tratos.

O pai reclamou da morosidade da Justiça. “É insuportável para mim! Nem são acusados com nenhum processo contra eles!” 

Ministério Público aguarda laudo para oferecer denúncia

Foto: Divulgação / Arquivo Pessoal

Sophie Zanger morreu aos 4 anos, de traumatismo craniano (Foto: Divulgação / Arquivo Pessoal)

Procurado pelo G1, o Ministério Público do Rio informou que o promotor Luiz Antonio Ayres está aguardando o laudo da avaliação psicológica feita pelo irmão de Sophie, que é a principal testemunha do caso. Segundo o MP, o menino teria dado depoimentos contraditórios.

De acordo com o Ministério Público, o estudo é necessário para estabelecer a confiabilidade da versão do menino, que, por causa da sua idade, poderia estar sofrendo algum tipo influência de terceiros.
Segundo o promotor, a avaliação já foi feita pela Justiça Federal, mas o laudo ainda não ficou pronto. Ele só vai oferecer ou não a denúncia após examinar o laudo.

Entenda o caso

Maristela dos Santos, mãe de Sophie, havia se separado do austríaco Sascha Zanger há cerca de dois anos e meio e morava com os dois filhos na Áustria. Ela teria vindo para o Brasil no início de 2008 sem o conhecimento do ex-marido.

Depois de localizá-los, Sasha tentava na Justiça levá-los de volta para a Áustria. Segundo a família, Maristela teria problemas mentais e, depois de ir morar com a irmã Giovana dos Santos, foi expulsa de casa sem poder levar as crianças.

Enquanto Maristela estava desaparecida, a irmã conseguiu a guarda provisória dos sobrinhos.

G1 > Edição Rio de Janeiro

Um comentário:

Madá Nunes disse...

Pois é, qdo agente ouve falar mal do Brasil lá fora, ainda tem q ficar calado. como é q a gente não vai dar razao aos outros paises depois de uma dessas? Olhe o caso da Amanda, a viuva daquele boxeador Arturo Gatti, que tem enfrentado a furia da opiniao publica no canada e na italia, pois por la ninguem acredita q ela nao tenha matado o marido, acham q ela comprou a policia. casos assim revoltam a gente e fazem-nos sentir vergonha de ser brasileiros.
tomara q esse garotinho seja feliz agora, na companhia do pai. no caso de Sophie, penso q não vai dar em nada. Triste Brasil.