quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Especialidades médicas básicas estão em baixa entre residentes, diz pesquisa

Estudantes preferem áreas que pagam mais e valorizam profissionais.
Para especialista, é preciso pensar no futuro do médico.

Do G1, com informações do Jornal Nacional

 

O Ministério da Educação divulgou o resultado de um estudo que ajuda a explicar por que alguns especialistas médicos andam em falta no Brasil.

Filho de pediatra, o médico residente Marcelo Cascapera resolveu seguir a carreira do pai. Na faculdade, foi um dos poucos a decidir cuidar das crianças. "Na época do meu pai, um terço da turma de cem alunos queria fazer residência de pediatria. Hoje, na minha turma, foram 11 de cem. É uma concorrência bem menor", disse ele.

Pediatria, ginecologia, medicina da família e clínica geral são especialidades que estão em baixa. Já não atraem tantos futuros médicos. A consequência é a falta de profissionais, que afeta serviços de saúde e hospitais.

Em um hospital de Botucatu (SP), há vagas, mas faltam especialistas. Há mais de um ano, o quadro de médicos está incompleto. "Os médicos preferem montar seus consultórios para atendimento particular. A remuneração vai ser melhor e o risco do médico vai ser menor", diz o diretor clínico do hospital, Marcos Guazelli.

Outras especialidades, que pagam bem e valorizam os profissionais, estão em alta. É o que mostra um levantamento do governo federal. Segundo o Ministério da Educação, as áreas ligadas a estética, como dermatologia e endocrinologia, tiveram todas as vagas de residência ocupadas. Já para pediatria, ginecologia e obstetrícia, sobraram vagas.

A residente Fabiana Freitas escolheu radiologia, que evoluiu muito e atrai cada vez mais estudantes. "É uma especialidade que recebe muito investimento em tecnologia e, além disso, interage com as outras especialidades médicas."

Para o presidente da Associação Médica Brasileira, José Luiz Gomes do Amaral, não basta oferecer cursos, é preciso pensar no futuro do profissional. "É importante criar condições de trabalho e valorizar os profissionais, sobretudo nas áreas chamadas estratégicas, onde há mais falta."

G1 > Vestibular e Educação

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