quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Governo do RJ interdita unidade da CSN após novo vazamento

Mancha de óleo foi registrada na tarde desta quinta (6), diz Inea.
CSN nega outro vazamento e diz que instalou novas barreiras.

Do G1, no Rio

Foto: Reprodução/TV Globo

Barreiras de contenção foram instaladas para isolar o óleo que vazou no Rio Paraíba do Sul (Foto: Reprodução/TV Globo)

Após registrar um novo vazamento de óleo no Rio Paraíba do Sul, em Volta Redonda, na Região Sul Fluminense, a secretária estadual do Ambiente, Marilene Ramos, interditou, na noite desta quinta-feira (6), a Unidade Caborquímica da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). O primeiro acidente aconteceu no domingo (3).

A CSN informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a nova mancha de óleo registrada nesta quinta-feira veio das barreiras de contenção, e não de um outro vazamento. Segundo a companhia, um novo cordão de isolamento foi instalado para evitar a propagação da substância.
Ao contrário do que aconteceu no início da semana, quando a denúncia foi feita por moradores, o Instituto estadual do Ambiente (Inea), órgão da Secretaria estadual do Ambiente do Rio de Janeiro, disse que o novo acidente foi informado pela própria CSN.
“Este novo acidente demonstra que a empresa ainda não tem o controle, o que é inadmissível”, disse a secretária Marilene Ramos.
De acordo com o Inea, a mancha de óleo que se formou está sendo monitorada pelos técnicos do instituto e que até o momento não foi necessária a suspensão da captação de água para o abastecimento público. Uma equipe do Inea permanece dentro da CSN acompanhando os trabalhos de identificação da origem do vazamento.

Identificação

Na quarta-feira (5), uma equipe do Inea identificou a substância que vazou de uma tubulação da CSN no Rio Paraíba do Sul, durante o primeiro acidente. Segundo o Inea, técnicos detectaram a presença de benzo (a) pireno e benzo antraceno nas amostras de água.

Os testes foram realizados em vários pontos do Rio Paraíba do Sul. O material é proveniente da área de destilação do alcatrão, segundo o Inea. O setor pertence à Unidade Carboquímica da CSN.

Segundo os técnicos, somente na altura do emissário principal da usina, onde foram instaladas as barreiras de contenção, foram encontrados níveis de concentração desses produtos acima dos padrões exigidos.

Além do Rio Paraíba do Sul, técnicos também colheram amostras de água nos municípios vizinhos a Volta Redonda e no Rio Guandu.

Em nota, a CSN informou que os resultados das primeiras análises mostram que não há alteração da qualidade da água e nenhuma concentração signficativa de compostos orgânicos voláteis (VOC), compostos orgânicos semivoláteis (SVOC) e hidrocarboneto de petróleo total (TPH).

Atitude 'lamentável', diz secretária

Na terça-feira (4), a secretária de estado do Ambiente, Marilene Ramos, disse que considerou “lamentável” o vazamento registrado em Volta Redonda. 
A secretária disse que a empresa subestimou o acidente – o segundo registrado em 40 dias. De acordo com ela, a CSN só se pronunciou quase 48h após o vazamento ser registrado.

Marilene informou que foi a Volta Redonda participar da coleta de amostras. Ela ressaltou que a CSN será multada. O valor pode chegar a R$ 50 milhões.

A CSN informou, por meio de sua assessoria, que não vai se pronunciar sobre as declarações da secretária.

G1 > Edição Rio de Janeiro

Nenhum comentário: