terça-feira, 23 de junho de 2009

Tia suspeita de maltratar menina pode responder por tortura

Delegado diz que crime pode agravar se laudo confirmar agressões.
Ele vai ouvir vizinhos e médica que atendeu menina que morreu.

Aluizio Freire Do G1, no Rio

 

O delegado Aguinaldo Ribeiro da Silva, titular da 36ª DP (Santa Cruz), disse na tarde desta terça-feira (23) que Giovana dos Santos Viana, 42 anos, suspeita de maltratar os sobrinhos de 4 e 12 anos, pode responder pelo crime de tortura, com penas mais graves, se o laudo da morte da menina Sophie Zanger comprovar que ela tinha lesões provocadas por maus-tratos.
“Se ficar comprovado que essas crianças eram maltratadas, espancadas todos os dias, ela pode responder por até crime de tortura”, afirmou o delegado, acrescentando que depoimentos de vizinhos e outras testemunhas podem agravar a situação de Giovana.
De acordo com a lei 9.455, a pena de reclusão é de quatro a dez anos para lesão corporal de natureza grave ou gravíssima. O crime de tortura é inafiançável.

Em depoimento ao delegado, o irmão de Sophie, que tem 12 anos, contou que estava no banheiro tomando banho com a menina e, ao se virar para pegar a toalha, percebeu que a irmã escorregou e caiu, batendo com a cabeça.
Sophie sofreu traumatismo craniano e morreu depois de ficar uma semana em coma no Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, na Baixada Fluminense. Mas, segundo os médicos que a atenderam, ela também tinha os pulsos quebrados e hematomas pelo corpo.

Giovana esteve nesta tarde de terça-feira na delegacia acompanhada da filha, Lílian Viana, 21, e da advogada Maria Lúcia Duarte. As duas negaram tudo. “Ela disse no depoimento que a menina caiu e bateu com a cabeça. Foi uma fatalidade. Agora, sobre os hematomas, não sabem de nada. É preciso aguardar o laudo para saber o que houve”, disse a advogada das suspeitas.
O delegado começou a tomar os depoimentos de vizinhos de Giovana, para confirmar as denúncias de maus-tratos, e também vai ouvir a médica e enfermeira que atenderam a menina.

Nova denúncia

Uma outra denúncia contra Giovana chegou aos ouvidos do delegado, mas ele não quis acrescentar o fato às acusações de maus-tratos das duas crianças. Maria Helena da Conceição, 52, avó de uma menina de 11 anos, disse que Giovana se apoderou de sua neta desde que ela tinha 4 anos e não deixou mais que os familiares se aproximassem da criança.
“Minha filha ficou grávida e o seu ex-marido resolveu levar minha neta para a irmã tomar conta. Mas a Giovana não deixou mais a gente chegar perto dela”, contou Maria Helena. O delegado, no entanto, sugeriu que ela procurasse o conselho tutelar ou a Vara da Infância.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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