terça-feira, 23 de junho de 2009

Motoristas de vans licenciados dizem que foram ameaçados

Profissionais assinaram contrato de licitação para circular no estado.
Duas pessoas foram presas em confronto com policiais nas Laranjeiras.

Do G1, no Rio, com informações da TV Globo

 

Motoristas de vans que receberam nesta terça-feira (23) permissão para circular disseram que foram ameaçados e tiveram que deixar o Palácio Guanabara, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, pelas portas dos fundos. Mais cedo, duas pessoas foram presas durante confronto com policiais em frente à sede do governo estadual.

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Pela manhã, uma manifestação  promovida por motoristas de vans atrapalhou o trânsito e deixou feridos. Eles protestaram contra as novas exigências do governo para o cadastramento de transporte alternativo.

O governador Sérgio Cabral recebeu cerca de 60 motoristas que ganharam a licença e assinou o contrato de licitação para a Costa Verde e Região dos Lagos.

Segundo os manifestantes, o edital de licitação reduziu o número de autorizações de 8.805 para 641. Apenas um terço da antiga frota poderá circular no estado do Rio. O contrato limita, ainda, o número de permissões a 66 motoristas da Costa Verde e da Região dos Lagos.

As permissões começaram a ser entregues no início do ano nas regiões Serrana, Centro-Sul e Médio Paraíba, Norte e Noroeste. O processo em todo o estado será concluído até 31 de julho, a última região será a Metropolitana, que inclui o Rio de Janeiro e a Baixada Fluminense, onde se concentra a maior parte das vans.

Ainda de acordo com os manifestantes, mas de mil pessoas vão ficar sem trabalho. “Eu tenho 12 anos de transporte alternativo, nenhuma multa, minhas taxas do Detro estão todas em dia, me fizeram comprar um carro novo no valor de R$ 94 mil, com prestações para pagar”, reclamou o motorista de van Paulo Roberto da Silva.

Tumulto e trânsito complicado

A polícia fechou uma das faixas da Rua Pinheiro Machado e ficou de prontidão por causa da manifestação. Por volta das 2h desta terça-feira, vans começaram a se concentrar perto do Palácio Guanabara. Quando amanheceu, o trânsito ficou complicado em laranjeiras.
O protesto ganhou força aos poucos e os manifestantes decidiram fechar a rua. Policiais usaram spray de pimenta e balas de borracha. Um homem passou mal e outro foi ferido na perna. Quando ele era socorrido, uma bomba de efeito moral explodiu perto dele.
Segundo a polícia, uma batata cravada de pregos teria sido arremessada contra os policiais pelos manifestantes.

"Por volta das 9h, eles descumpriram as ordens dos comandantes aqui presentes e fecharam a pista (da Rua Pinheiro Machado). A polícia interveio e eles jogaram pedras, cabeça de nego e batatas com pregos nos policiais", disse o comandante- geral da PM Gilson Pitta.
Segundo ele, 250 agentes reforçam o polciamento no local. A polícia usou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha.

Foto: Alícia Uchôa/G1

Policial mostra batata com prego que teria sido usada pelos manifestantes (Foto: Alícia Uchôa/G1)

Nota do Detro

Em nota, o Departamento de Transportes Rodoviários (Detro)lamentou os transtornos causados pela manifestação e explicou que "para a elaboração do edital de licitação para o transporte complementar, representantes da categoria foram ouvidos e contemplados em muitas de suas solicitações".

O Detro informou, ainda, que "o processo licitatório para o transporte é previsto na Constituição e, no estado do Rio atende a uma exigência do Ministério Público. Até julho, o departamento espera concluir todos os lotes desta primeira etapa, incluindo a Região Metropolitana, lembrando que o decreto do governador Sérgio Cabral prevê a realização de novas concorrências em localidades e trajetos que apresentarem, na prática, demanda para tal".

O Detro informou, ainda, que os motoristas sabiam que a autorização que tinham era temporária.

“Participamos de várias audiências públicas. Acatamos várias sugestões dos ‘topiqueiros’, no sentido de aperfeiçoar o decreto, tudo foi feito dentro da ordem e da legalidade. Mas eles podem ficar tranquilos, havendo necessidade e interesse público poderá haver novas licitações e eles vão poder participar”, disse Rogério Onofre, presidente do Detro.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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