quarta-feira, 17 de junho de 2009

Morte na Barra: 'Mandado de prisão é ridículo', diz advogado de Alessandra Nunes

Camilo Coelho - Extra

Alessandra confessou o assassinato do marido - Foto: Reprodução

RIO - O advogado de Alessandra Ramalho Nunes disse nesta terça-feira que o mandado de prisão temporária expedido pela Justiça é ilegal e ridículo. Mário de Oliveira Filho revelou ainda que a cliente, acusada pela polícia de ser a autora da facada que matou o empresário Renato Biasotto, no último sábado, não pretende se entregar:

- Eu sei que essa prisão vai cair, porque é ilegal. Quando você olha e vê (o mandado de prisão), isso aqui é ridículo. Como vou apresentar uma pessoa para ser presa numa ordem que não se sustenta?

O advogado entrou ontem com o pedido de revogação do mandado de prisão. O juiz Sidney Rosa, da 3 Vara Criminal da capital, determinou que o pedido seja analisado primeiro pelo MP.

" Eu sei que essa prisão vai cair, porque é ilegal "
O delegado que investiga o caso disse que os advogados de defesa têm direito de falar o que quiserem.

- Não sei por que ele disse que é ridículo. Acaba chamando a autoridade policial, o promotor e até o juiz de ridículos - disse o delegado Carlos Augusto Nogueira, da 16 DP (Barra).

O policial afirmou que vai indiciar Alessandra por homicídio qualificado:

- No momento, não existe hipótese de legítima defesa. Ela será indiciada por homicídio qualificado, porque o motivo foi desprezível.

Amiga diz em depoimento na delegacia que Alessandra era 'bipolar'

Legenda: Uma equipe da RedeTV teve acesso ao apartamento algumas horas após a morte de Renato

Convidada para a festa do Dia dos Namorados que, horas depois, terminaria com a morte do empresário Renato Biasotto Mano Júnior, Elisabete Piffer Pedrosa disse em depoimento na 16ª DP (Barra da Tijuca) que a amiga Alessandra D'Ávila Nunes era "bipolar". Elisabete chegou na casa de Renato às 22h, acompanhada do marido Eduardo Pedrosa. Segundo ela, Renato e o marido beberam quase quatro garrafas de vinho. Alessandra também teria bebido um pouco, mas não aparentava estar bêbada. No depoimento, Elisabete revelou ainda que quando estava na casa no casal de amigos, muitas vezes presenciou Alessandra se correspondendo com outras pessoas pelo computador.

Vídeo: Advogado diz que mandado de prisão é ridículo

Quando já tinha voltado para casa e estavam deitados na cama, Elizabete e Eduardo receberam uma ligação do telefone de Renato. Ela atendeu e disse que o marido não poderia atender porque estava dormindo. Segundo Elisabete, Renato então disse que estava com um "probleminha " em casa e desligou o telefone.

Eduardo e Elizabete já teriam alertado o amigo para o que chamaram de "comportamentos perigosos" de Alessandra, mas Renato falava que ela não seria capaz de matá-lo. Perguntada se ela acreditava que Alessandra seria capaz de matar Renato, Elizabete disse que sim.

Álibi desfeito

Policiais da 15 DP (Gávea) disseram ontem que as câmeras de monitoramento da delegacia ficaram desligadas no fim de semana para uma atualização no sistema. Ontem, o advogado de Alessandra havia pedido cópia das imagens, para comprovar que, após o crime, a cliente chegou a procurar a delegacia, mas desistiu porque estaria muito cheia.

Registro de agressão

Um registro de ocorrência feito na 16ª DP (Barra da Tijuca) mostra que a relação entre Alessandra e Biasotto era conflituosa. Em 2006, o empresário registrou uma suposta agressão contra a mulher.

De acordo com o registro, por voltar das 15h do dia 27 de agosto de 2006, Renato sentiu sua companheira com uma atitude muito estranha e perguntou o que estava acontecendo. A mulher não deu atenção e disse que ia dormir. Ele deu uma volta de carro na rua e retornou minutos depois. Quando entrou em casa, viu Alessandra sentada ao computador com seu filho no colo e perguntou: "Você não disse que iria dormir?". Segundo o documento policial, ela teria respondido: "Vai procurar o que fazer e me deixe em paz".

Atendido no hospital

Insatisfeito, Biasotto empurrou e desligou o computador. A esposa teria jogado um copo na cabeça do empresário, causando sangramento. Na ocasião, Renato contou à polícia que, antes de chegar à delegacia, foi atendido no Hospital Municipal Lourenço Jorge.

Extra Online

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