segunda-feira, 8 de junho de 2009

Identificação de mortos pode desvendar acidente

Primeiros 17 corpos começam a ser periciados hoje. A localização e o estado deles vão ajudar nas explicações sobre as causas do acidente e podem confirmar se o Airbus caiu no mar sem explodir

Foto: AFP

O local onde foram encontrados corpos e destroços fica a 1150 Km de Recife, o equivalente à distância rodoviária entre Rio e Florianópolis

Recife - Começa hoje a identificação dos 17 primeiros corpos de vítimas do desastre do voo 447 (Rio-Paris) resgatados por militares em águas brasileiras do Oceano Atlântico. Dois corpos de homens foram retirados do mar no sábado e 15 ontem, entre eles mais dois homens e quatro mulheres. Até a noite, mais corpos haviam sido avistados pelas equipes brasileiras e francesas envolvidas na operação.

A perícia será iniciada ainda em Fernando de Noronha. “Esse trabalho começa agora e não tem fim, até que o último corpo recolhido seja identificado”, afirmou o coordenador da equipe de oito peritos da Polícia Federal (PF) no arquipélago, Jeferson Evangelista Correia. “Na identificação visual, os familiares não podem ajudar”, observou. A ajuda será no fornecimento de material genético, informações sobre as vítimas, como cicatrizes, e reconhecimento de pertences.

Os objetos encontrados com os corpos serão fotografados e poderão passar por um reconhecimento preliminar, em qualquer parte do Brasil, através das regionais da PF. A Interpol já foi acionada para que o mesmo possa ocorrer com as famílias das vítimas de outras 32 nações.

Os peritos vão coletar material que possa ser encaminhado para exame de DNA em Brasília e impressões digitais dos corpos que apresentarem esta condição. Também no arquipélago serão catalogados eventuais pertences, como anéis.

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Após a primeira perícia, os corpos serão encaminhados, provavelmente amanhã, para o Instituto de Medicina Legal (IML) de Recife. Ao mesmo tempo, as digitais coletadas seguirão para a sede da PF naquela capital, para tentativa de cruzamento desses dados com o sistema de identificação automatizada de digitais. O material genético que se consiga colher será comparado nos laboratórios da PF em Brasília com DNA de familiares das vítimas.

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A localização de mortos ajudará a entender o acidente, já que suas condições podem dar respostas para dúvidas que ainda cercam a tragédia. Com a perícia será possível saber, por exemplo, se o avião caiu por voar de forma lenta ou explodiu por estar acima da velocidade indicada para sua capacidade.
Para a especialista norte-americana Mary Schiavo, a presença de água nos pulmões das vítimas, por exemplo, pode determinar se morreram por afogamento, após a queda, o que pode descartar a hipótese de que o avião explodiu no ar antes de cair no oceano.

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