quinta-feira, 18 de junho de 2009

Gravação revela conversa sobre invasão de milicianos em favela do Rio

Conversa entre suspeitos foi divulgada pela polícia nesta quarta (17)
Delegado diz que participação de PMs dificulta investigações.

Do G1, no Rio, com informações do RJTV

 

Um dia após a segunda etapa da Operação Têmis, a polícia divulgou, nesta quarta-feira (17), uma gravação telefônica autorizada pela Justiça que revela uma conversa entre dois contraventores suspeitos de envolvimento com milícia. Eles falam sobre uma invasão na favela da Palmeirinha, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, pela milícia.
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André – “O dono do ponto lá tem um rádio, eu liguei para ele, e ele disse ‘olha, tudo policial que tomou aqui, é tudo do 9º batalhão, garotão’. Eu falei ‘então está bom’".
Marquinho – “É um tal de Mirra. Mirra, entendeu. Mas eu estou fazendo uns contatos ai”.
O ex-PM Fabrício Fernandes Mirra, suspeito de ser o chefe de uma das mais perigosas milícias do Rio de Janeiro, foi preso em 2008. Ele deve ser transferido para o presídio federal em Catanduvas, no Paraná, ainda nesta semana. Segundo a polícia, entre outros crimes, Mirra teria recebido ajuda de policiais do 9º BPM para invadir uma comunidade da Zona Oeste.

Participação de PMs dificulta investigações, diz delegado

A Polícia Civil trabalha para acabar as fontes de renda dos grupos paramilitares que atuam na Zona Oeste do Rio. O delegado Cláudio Ferraz, responsável pelo combate ao crime organizado, diz que a participação de policiais nas quadrilhas dificulta os trabalhos de investigação.

“A dificuldade da milícia é exatamente a participação de agentes do estado, o que dificulta porque eles têm uma noção muito clara, um conhecimento profundo do funcionamento das atividades. É uma modalidade de repressão extremamente especializada, que exige uma integração muito forte entre o judiciário, o Ministério Público e a Polícia Judiciária, porque exige realmente uma especialização de todos que participam, não é uma coisa simples”, afirmou o delegado.

Quase metade de um batalhão da Polícia Militar é investigado sob suspeita de envolvimento com milícias. De acordo com a Corregedoria da Polícia Militar, são 40% dos policiais do 9º BPM. Um número que pode chegar a 240 PMs.
De acordo com a Polícia Militar, somente em 2008, oito policiais militares foram expulsos da corporação suspeitos de participação em milícias.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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