quarta-feira, 10 de junho de 2009

Cabral estuda expandir policiamento comunitário em seis comunidades

Morros do Leme receberam policiamento comunitário.
PMs que vão atuar no local foram treinados no Batam.

Alba Valéria Mendonça Do G1, no Rio

Na inauguração da quarta Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), nos morros de Chapéu Mangueira e Babilônia no Leme, na Zona Sul, na manhã desta quarta-feira (10) o governador Sérgio Cabral disse que outros bairros, principalmente do subúrbio e da Zona Norte, poderão ganhar unidades como esta.

Segundo ele, seis projetos estão em estudo. Mas o governador não quis adiantar onde por medida de segurança.

"Já há previsão de novas unidades para este ano. Vamos continuar sem trégua contra milícias e tráfico de drogas. É o combate ao poder paralelo. Nas comunidade onde tem milícia, pode estar certo que nós vamos chegar", disse o governador.
Locais anteriormente dominados por milícia poderão receber essas unidades. Comentando a operação de terça-feira (9), em que a polícia cumpriu 42 mandados de prisão, ele garantiu que o tráfico de drogas não irá ocupar o lugar das milícias.
De acordo com o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, não é possível acabar com o tráfico nem com a violência, que existe em qualquer lugar do mundo. Mas é possível dar aos moradores dessas comunidades a garantia de que podem caminhar tranquilamente. E disse que pretende estender o projeto a outras comunidades.
“Temos de trabalhar com a possibilidade de atender a população. Gostaria muito de ocupar e trazer a UPP para o Complexo do Alemão. Mas se não tiver mil policiais, não posso fazer isso. Então, temos de fazer isso onde temos uma relativa certeza de que a situação vai dar certo. Nós não estamos mais em época de experimentar projeto. No dia que tiver mil policiais prontos para usar na UPP. Isso está sendo feito. Até 2016, o Rio terá 72 mil policiais", diz Beltrame.

Acesso à internet

Foto: Alba Valéria Mendonça/ G1 

Faetec Digital Modular: acesso gratuito à internet para moradores dos morros da Babilônia e do Chapéu Mangueira (Foto: Alba Valéria Mendonça/ G1)

Além da UPP, as comunidades ganharam também uma unidade da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) Digital Modular, que garante acesso gratuito à internet. No local, os moradores poderão ter acesso a diversos serviços, como por exemplo, o agendamento de atendimento no INSS, impressão de segunda via de contas de luz e água, entra outras coisas.

As comunidades também vão ganhar um centro de formação profissional, com 2.772 vagas por ano para cursos de formação inicial na área de prestação de serviço. Este centro deverá ser aberto em 40 dias.

Policiamento comunitário

O policiamento comunitário da Polícia Militar nas comunidades do Morro Chapéu Mangueira e da Babilônia, no Leme, seguem o modelo das experiências no Morro Dona Marta, em Botafogo, na Zona Sul, e no Batam, em Realengo, e na Cidade de Deus em Jacarepaguá, na Zona Oeste.
Segundo a Secretaria estadual de Segurança, 50 policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) fizeram o mapeamento e o reconhecimento das comunidades.

Treinados no Batam

Os cem PMs que vão atuar no Chapéu Mangueira e na Babilônia foram treinados no Batam. Eles serão comandados pelo capitão Felipe Lopes Magalhães dos Reis, de 27 anos, e pela tenente Renata de Moraes Mata, de 37 anos. O capitão tem nove anos de experiência em patrulhamento comunitário em Niterói, na Região Metropolitana. Já a tenente trabalhava no patrulamento de rua de Ipanema, na Zona Sul do Rio.

"A maior dificuldade é quando a população não nos apoia. Mas isso não acontece aqui. Mesmo que ainda existam traficantes na comunidade, temos a colaboração dos moradores", disse o capitão.
No início de fevereiro, foi a vez da Cidade de Deus receber um posto de policiamento comunitário. Segundo a PM, 190 policiais militares recém-formados receberam treinamento especial para atuar na comunidade.
Quem mora na Cidade de Deus diz que se sente mais seguro desde novembro de 2008, quando a Polícia Militar começou a ocupar a comunidade. A população, no entanto, quer mais.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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