domingo, 15 de novembro de 2009

Segurança ‘em dobro’ no Centro

Gêmeos idênticos, soldados do 13º BPM patrulham a cidade na mesma viatura e colecionam histórias inusitadas

POR FRANCISCO EDSON ALVES, RIO DE JANEIRO

Rio - Quem cruza com eles no Centro do Rio para, olha e pode se perguntar: “Estou delirando?” Na quinta-feira, foi isso que pensou a dona de casa Adriana dos Santos, 37 anos. Ela não é a única. A todo momento, os irmãos Fabrício e Rodrigo Vieira Guimarães, 28 anos, deixam pedestres com a pulga atrás da orelha.

Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia

os irmãos Fabrício e Rodrigo Vieira Guimarães, 28 anos, os 'gêmeos do 13' | Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia

Caçulas de cinco irmãos, os dois ex-fuzileiros navais têm muito em comum. Gêmeos idênticos, são soldados do 13º BPM (Praça Tiradentes) e patrulham o Centro na mesma viatura.

“É segurança em dobro”, brinca Adriana. Aprovados em 2006 no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP), Fabrício e Rodrigo colecionam histórias, orgulham-se da profissão e confessam que querem chegar — juntos, é claro —, ao topo da corporação. O exemplo vem do tio, o coronel Marcus Jardim, titular do 1º Comando de Patrulhamento de Área (CPA).

“Ele é nossa inspiração”, admite Fabrício.

Apesar do pouco tempo de carreira, os “gêmeos do 13º”, como são conhecidos, já reúnem honrarias por bons serviços. Duas foram concedidas pela PM e, outra, pela Câmara. “O reconhecimento mostra que estamos no caminho certo”, diz Rodrigo.

Quando decidiram entrar para a PM, a mãe, Deusa, 53, casada com o bancário aposentado João Francisco, 68, chegou a torcer o nariz. Dizia que poderia sofrer em dobro.

“Hoje, ela acredita que um pode até salvar a vida do outro em alguma situação de perigo”, conta Rodrigo. Ou seria Fabrício o autor da frase?

Cantadas na rua e abordagens que terminam em risos

Formados em Educação Física, de olhos verdes e 1,68 metro de altura, os simpáticos irmãos Fabrício e Rodrigo — que frisam ser “muito bem casados” —, vivem histórias engraçadas desde criança, quando a dona Deusa comprava só roupas amarelas e azuis para diferenciá-los. Hoje, nas ruas, costumam até receber cantadas.

“Mas não escreve isso, ou nossas esposas podem ficar com ciúme”, diverte-se Fabrício, que, assim como o irmão, torce para o Flamengo, é apaixonado por um bom prato de massa e é evangélico.
Rodrigo conta que, em abordagens na rua, já houve motoristas que entregaram documentos do carro para um e depois cobraram a devolução do outro.

“Teve um cidadão que conversou comigo dia desses e tentou continuar o papo com o Fabrício depois. Como ele estava por fora, a pessoa chegou a se irritar, perguntando a meu irmão se ele estava com amnésia”, diz Rodrigo, às gargalhadas.
“Tem gente que acha que bebeu demais, que está vendo tudo em dobro”, relata Fabrício, que, nesse caso, pede a ajuda do irmão para conferir o grau etílico do interlocutor.

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