Maternidade, localizada no Centro do Rio, realizava 300 partos por mês.
Prefeitura diz que vai ampliar capacidade em outras maternidades.
Do G1, no Rio, com informações da TV Globo
A Maternidade Pro Matre, no Centro do Rio, anunciou na tarde desta sexta-feira (27) que suspendeu todas as internações na unidade. A decisão, segundo a direção do hospital, foi tomada devido a problemas financeiros. A Secretaria municipal de Saúde informou que vai ampliar a capacidade de atendimento em outras maternidades.
Médicos, que não quiseram se identificar, disseram que estão com medo de também perder o emprego, e que só na quinta-feira (26) receberam o salário referente a agosto. No fim da tarde desta sexta, em nota oficial, a Pro Matre confirmou as dificuldades financeiras.
No texto, a direção afirmou que há seis anos vem sofrendo interrupções nos pagamentos do Ministério da Saúde por serviços prestados ao Sistema Único de Saúde (SUS), e por isso “viu-se obrigada a interromper as internações na maternidade”. Segundo a direção, por enquanto, serão mantidos somente as consultas, exames e cirurgias ginecológicas.
O Ministério da Saúde informou que só vai se pronunciar depois que souber exatamente qual convênio teria sido firmado com a maternidade.
Grávidas sem atendimento
A maternidade, que é uma das mais tradicionais do Rio, costumava fazer 300 partos por mês. A decisão desta sexta-feira pegou de surpresa muitas grávidas, a maioria de baixa renda. Gestantes com consultas marcadas ficaram sem atendimento. Com muitas dores, a doméstica Vanda Souza, grávida de nove meses, foi da Penha, subúrbio, até a Praça Mauá, Centro, em vão:
“Fiz todinho o meu pré-natal aqui. Na hora do parto, que ele falou que era para ‘mim’ vir hoje, dia 27 [...] nada... Aí eu não sei como é que eu vou fazer”, reclamou a gestante, que foi orientada a procurar outro hospital.
A enfermeira Marta está entre os funcionários demitidos. E, segundo ela, sem explicações: “Ah, é muito triste, não só para mim, né? Como para essas mães que vão ficar aí... precisando de atendimento, né?”, disse.
Convênio com SUS
Na noite de quinta-feira (26), a Secretaria municipal de Saúde informou que foi comunicada pela direção da Maternidade Pro Matre sobre a interrupção da prestação de serviços para o SUS. De acordo com nota divulgada, a Pro Matre tinha um convênio de prestação de serviços com SUS no qual recebia pelos procedimentos realizados.
Ainda de acordo com a nota oficial, também havia um contrato onde a Secretaria de Saúde colocava recursos adicionais para os serviços da maternidade. No total, segundo a nota, a unidade recebe mensalmente cerca de R$ 500 mil.
Segundo nota divulgada, a secretaria adotou medidas para garantir à população os procedimentos que eram realizados pela unidade. O Hospital Municipal Ronaldo Gazolla (HMRG), em Acari, contará com mais 30 leitos obstétricos, com capacidade para a realização de 300 partos mensais.
Também foi feito convênio com o Hospital Escola da UFRJ, em Laranjeiras, que fará 120 partos por mês. A rede municipal também ampliará sua capacidade de atendimento nas maternidades.
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