sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Pro Matre suspende internações por problemas financeiros

Maternidade, localizada no Centro do Rio, realizava 300 partos por mês.
Prefeitura diz que vai ampliar capacidade em outras maternidades.

Do G1, no Rio, com informações da TV Globo

 

A Maternidade Pro Matre, no Centro do Rio, anunciou na tarde desta sexta-feira (27) que suspendeu todas as internações na unidade. A decisão, segundo a direção do hospital, foi tomada devido a problemas financeiros. A Secretaria municipal de Saúde informou que vai ampliar a capacidade de atendimento em outras maternidades.

Médicos, que não quiseram se identificar, disseram que estão com medo de também perder o emprego, e que só na quinta-feira (26) receberam o salário referente a agosto. No fim da tarde desta sexta, em nota oficial, a Pro Matre confirmou as dificuldades financeiras.

No texto, a direção afirmou que há seis anos vem sofrendo interrupções nos pagamentos do Ministério da Saúde por serviços prestados ao Sistema Único de Saúde (SUS), e por isso “viu-se obrigada a interromper as internações na maternidade”. Segundo a direção, por enquanto, serão mantidos somente as consultas, exames e cirurgias ginecológicas.
O Ministério da Saúde informou que só vai se pronunciar depois que souber exatamente qual convênio teria sido firmado com a maternidade.

Grávidas sem atendimento

A maternidade, que é uma das mais tradicionais do Rio, costumava fazer 300 partos por mês. A decisão desta sexta-feira pegou de surpresa muitas grávidas, a maioria de baixa renda. Gestantes com consultas marcadas ficaram sem atendimento. Com muitas dores, a doméstica Vanda Souza, grávida de nove meses, foi da Penha, subúrbio, até a Praça Mauá, Centro, em vão:
“Fiz todinho o meu pré-natal aqui. Na hora do parto, que ele falou que era para ‘mim’ vir hoje, dia 27 [...] nada... Aí eu não sei como é que eu vou fazer”, reclamou a gestante, que foi orientada a procurar outro hospital.
A enfermeira Marta está entre os funcionários demitidos. E, segundo ela, sem explicações: “Ah, é muito triste, não só para mim, né? Como para essas mães que vão ficar aí... precisando de atendimento, né?”, disse.

Convênio com SUS

Na noite de quinta-feira (26), a Secretaria municipal de Saúde informou que foi comunicada pela direção da Maternidade Pro Matre sobre a interrupção da prestação de serviços para o SUS. De acordo com nota divulgada, a Pro Matre tinha um convênio de prestação de serviços com SUS no qual recebia pelos procedimentos realizados.

Ainda de acordo com a nota oficial, também havia um contrato onde a Secretaria de Saúde colocava recursos adicionais para os serviços da maternidade. No total, segundo a nota, a unidade recebe mensalmente cerca de R$ 500 mil.
Segundo nota divulgada, a secretaria adotou medidas para garantir à população os procedimentos que eram realizados pela unidade. O Hospital Municipal Ronaldo Gazolla (HMRG), em Acari, contará com mais 30 leitos obstétricos, com capacidade para a realização de 300 partos mensais.
Também foi feito convênio com o Hospital Escola da UFRJ, em Laranjeiras, que fará 120 partos por mês. A rede municipal também ampliará sua capacidade de atendimento nas maternidades.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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