Casas possuem áreas de lazer, atividades de esporte e equipe médica.
Objetivo é vencer a dependência química, principalmente do crack.
Do G1, no Rio, com informações da TV Globo
A Prefeitura do Rio de Janeiro inaugurou, nesta terça-feira (3), três centros de tratamento para dependentes de drogas no município. Segundo o governo municipal, 60 crianças e adolescentes vão receber tratamento. As casas possuem áreas de lazer, atividades de esporte e uma equipe de psicólogos, enfermeiros e médicos.
O objetivo é vencer a dependência química, principalmente do crack. Serão três centros com 20 vagas cada um. Um deles, em Sepetiba, vai receber 20 meninas, que ficarão por lá por três meses. A primeira chegou nesta terça. Aos 14 anos, ela fumava crack com a mãe.
“Eu quero ‘se’ livrar porque eu quero ajudar a minha mãe também, minha mãe também é dependente. Eu usava junto com ela”, disse a jovem, cuja identidade foi preservada.
A adolescente contou, ainda, que chegou a se prostituir para conseguir droga: “Eu não tenho mais família. Até tenho, mas eu não posso ficar perto. Ainda mais porque onde a minha família mora é que tem o crack, e se eu for pra lá eu vou com certeza continuar a usar”.
Os outros centros são para meninos e adolescentes do sexo masculino. O aumento da oferta de vagas para internação é uma promessa da prefeitura desde janeiro. Os números sobre a presença do crack atualmente no Rio são assustadores.
Este ano a apreensão da polícia aumentou mais de 500% em relação ao ano passado, o que comprova que a droga chegou mais forte e se espalhou pela cidade. Outro dado é ainda mais dramático: os moradores de rua estão entre os maiores consumidores e estima-se que mais de 90% deles são consumidores de crack.
A Prefeitura do Rio reconheceu, no entanto, que os centros não são suficientes para atender a todos os dependentes, e que para enfrentar a dependência do crack é preciso uma ação conjunta que envolva as três esferas de governo, além das famílias e das escolas.
Prevenção
O ex-juiz de menores Siro Darlan, que esteve presente ao lançamento do Programa para os Dependentes Químicos, lembrou que a prevenção é o melhor caminho no combate à droga.
“Se todas essas crianças tivessem a oportunidade de estar nas escolas, elas não estariam sendo vitimadas pela droga. Eu acho que isso é apenas um remendo, um paliativo que vai atender um universo muito pequeno, uma gota d'água num oceano de tantos problemas e tantas crianças dependentes de droga”, disse o desembargador.
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