quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Prefeitura do Rio cria plano de emergência para chuvas de verão

Órgãos serão integrados, sob a coordenação da Defesa Civil.
Segundo Paes, ‘Apagão foi um bom exemplo’.

Daniella Clark Do G1, no Rio

Foto: Daniella Clark/G1

Prefeito observa equipamento usado na drenagem de galerias (Foto: Daniella Clark/G1)

A Prefeitura do Rio apresentou na tarde desta quarta-feira (18) um plano de contingência para enfrentar as chuvas de verão. O objetivo é evitar, ou pelo menos amenizar, os transtornos causados por alagamentos nas ruas.

O prefeito Eduardo Paes admitiu que, pelas características da cidade, chuvas fortes em curtos períodos de tempo ainda trarão problemas. Com o plano, a intenção é ter uma resposta mais imediata, a partir da integração de órgãos municipais, estaduais e federais.
“Quando você tem um volume de chuva muito grande, num espaço de tempo muito curto, obviamente não há rede de drenagem capaz de suportar isso, com maré alta então, que é uma das características da cidade, a chance de você ter um alagamento é muito grande”, disse Eduardo Paes.
“O que a gente vai buscar é trabalhar na prevenção e, ao mesmo tempo, no caso de problemas mais graves, ter uma resposta mais imediata. O apagão foi um bom exemplo”, complementou.

Segundo o coronel Sérgio Simões, coordenador geral da Defesa Civil do Rio, uma chuva a partir de 40 milímetros – que é considerada uma chuva forte – aliada a uma maré alta pode ser considerada sinônimo de problemas nas ruas. "O escoamento fica comprometido”, explicou.

Sistema Alerta Rio será usado

A intensidade das chuvas é medida por 32 estações meteorológicas que compõem o sistema Alerta Rio. Essas informações são compiladas pela GeoRio, que, de acordo com o novo plano de contingência, vai disparar um alerta, no caso de chuvas mais intensas, para que haja uma reação dos diversos órgãos públicos, que serão coordenados pela Defesa Civil Municipal. Após acionados, representantes desses órgãos se reunirão no Centro Integrado de Operações de Emergências.
Segundo Eduardo Paes, o que muda é o poder de reação desses órgãos, que estarão coordenados entre si.
“É obvio, quando você tem uma chuva mais forte, no horário de rush, saída do trabalho, vinda do trabalho, obviamente esses problemas aumentam. Mas o que se busca hoje é uma ação integrada dos órgãos municipais, estaduais, federais aqui na cidade”, disse o prefeito.
De acordo com o coronel Sérgio Simões, o sistema Alerta Rio era subutilizado: “O que muda agora é essa coordenação efetiva. É um aumento da capacidade de resposta na emergência”.
O planejamento foi feito durante cinco meses e envolve órgãos como a Defesa Civil, a Comlurb e a GeoRio, assim como empresas concessionárias de transporte e serviços, como Lamsa, Ponte S/A, Supervia, Barcas S/A, Light e CEG.

As 108 câmeras da CET Rio também serão usadas para monitoramento de diversas áreas da cidade. A partir da próxima semana, exercícios simulados vão testar a atuação desses órgãos em situações de emergência. Segundo Paes, o objetivo do plano é deixar claras as tarefas e obrigações de cada um.

Praça da Bandeira e Avenida Brasil são pontos críticos

Na estratégia foram definidos possíveis pontos de alagamentos na cidade e locais que apresentam riscos de deslizamentos. Entre as áreas críticas apontadas pela prefeitura estão a Praça da Bandeira e o Rio Maracanã, na Tijuca, Zona Norte do Rio, além da Baixada de Jacarepaguá, na Zona Oeste, e da Avenida Brasil, no subúrbio do Rio.
“A Avenida Brasil é uma das áreas que sofre influência das marés, então quando você tem essa coincidência de grande quantidade de chuva em curto espaço de tempo mais maré alta, é uma das áreas afetadas”, explicou o coronel Sérgio Simões.
Já no caso das encostas, as consideradas mais críticas são aquelas em que vias especiais podem ser afetadas, como a Estrada Grajaú-Jacarepaguá, que liga a Zona Norte à Zona Oeste do Rio, e a Avenida Niemeyer, na Zona Sul.

Ajuda da população

Eduardo Paes afirmou ainda que estão sendo investidos R$ 25 milhões no sistema de drenagem da cidade, para limpeza e desobstrução de galerias de águas pluviais, e solicitou o apoio da população: 
“A parceria da população é fundamental. Não tem ralo dessa cidade que não tenha muito lixo porque a população jogou lá. Não tem rio nessa cidade que não tenha muito lixo porque alguém jogou lá. O que nós queremos é que a população também faça a sua parte”.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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