quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Ex-funcionário é condenado por espiar arquiteta em vestiário de supermercado

Carrefour também foi condenado por não ter segurança no local.
'Isso é muito constrangedor, que atitude é essa?', diz vítima.

Carolina Lauriano Do G1, no Rio

Foto: Arquivo Pessoal

Erica Dantas foi espiada em vestiário enquanto se despia e vai ser indenizada (Foto: Arquivo Pessoal)

A arquiteta Érica Dantas foi ao Carrefour de Sulacap, na Zona Oeste do Rio, e decidiu comprar uma camisa de uma campanha social, que destina os lucros para ajudar crianças com câncer. Quando foi experimentar a blusa no vestiário do supermercado, percebeu algo brilhando no chão e viu que um homem segurava um espelho para vê-la se despir.

Por causa do episódio, o Tribunal de Justiça do Rio condenou, nesta quarta (4), o Carrefour e também Joseilton Sousa da Silva, ex-funcionário do local, a pagarem, respectivamente, R$ 2 mil e R$ 1 mil, por danos morais a arquiteta. O supermercado pode recorrer da decisão.

Segundo Érica, o que a motivou a processar o supermercado foi a falta de funcionários nos vestiários do supermercado para fazer o controle de acesso, apesar de existir a mesa onde deveria ter uma pessoa.

O G1 entrou em contato com a assessoria do Carrefour, mas até o fechamento desta matéria, não obteve resposta. Com relação a Joseilton, a reportagem não conseguiu localizá-lo.
“Esse rapaz já havia sido funcionário do Carrefour, então imaginei que ele podia estar há tempos fazendo isso. A gente nunca sabe quando uma pessoa aparentemente normal é um psicopata, sei lá.

Ele pode fazer isso com criança. Só estou preocupada com a minha segurança e a das pessoas, porque isso é muito constrangedor. Que atitude é essa? Acho que tinha que ter mais segurança nessa área. Imagina se ele entra armado, porque o supermercado não tem detector de metal, pode até me estuprar”, desabafou ela, explicando que não há separação de homens e mulheres no vestiário.

Espiada que rendeu indenização

Érica contou que no momento que percebeu algo brilhando no chão, chegou a segurar o espelho, mas o homem o puxou de volta. Ela, então, chamou o namorado, que a aguardava do lado de fora, e ele pediu para o homem sair da cabine. Quando Joseilton saiu, negou que estava com o espelho, mas depois encontraram o objeto jogado na cabine.

“Imediatamente fui chamar um funcionário e veio um rapaz do setor e um responsável pela segurança do mercado. A gente chamou uma viatura da polícia e fomos para a delegacia fazer a ocorrência”, contou, acrescentando que para o delegado Joseilton assumiu que o espelho era da mulher dele. O episódio aconteceu em 2006.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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