José Sarney enfrenta seu inferno astral.
Brasília - Em Brasília, tudo indica que o clima quente que ronda o Senado nesses últimas semanas vai ficar mais ameno a partir desta quarta-feira. De acordo com fontes da Casa, ouvidas pelo colunista da revista Veja Lauro Jardim, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) vai renunciar ao cargo assim que o presidente Lula chegar ao Brasil. A ideia é que o presidente seja o primeiro a saber, efetivamente, da decisão do parlamentar. Sarney foco de polêmica desde que o Senado virou chafariz de denúncias e irregularidades.
Sarney foi visto nesta terça, durante todo o dia, nervoso, irritado e nitidamente transtornado com a séria de denúncias. Esta manhã parece que tudo mudou. Segundo a fonte, Sarney estava nesta quarta-feira menos abatido, sereno. Ao que tudo indica, ele deve ter tomado uma decisão, que será anunciada na noite desta quarta, na presença do presidente Lula.
Se Sarney sair do cargo, a oposição ocupará a cadeira ocupada atualmente por ele. O provável nome é o do tucano Marconi Perillo (GO), seu vice. Isso se não for convocada uma nova eleição interna, onde há dúvida se o governo conseguirá eleger um novo nome de sua base.
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, chegou a conversar com o atual presidente da Casa, nesta terça-feira, e pediu que ele não tomasse uma decisão antes do retorno do presidente Lula. Pedido atendido.
A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB-MA), afirmou, ao deixar a residência do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que ele está servindo de "bode expiatório" de uma crise institucional do senado e de todos os senadores. Aconteceu, na casa de Sarney, um encontro para discutir propostas para a crise no Senado.
"Ele está sendo bode expiatório de uma situação que vem de muito tempo. Acho que a responsabilidade tem que ser de todos os senadores", afirmou. "Eu me incluo, porque já fui senadora."
PT pede para Sarney se afastar da presidência do Senado
O líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), disse nesta quarta-feira que o partido pediu nesta manhã que o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), se afastasse do cargo até que fossem concluídas as investigações sobre irregularidades.
De acordo com o líder, o presidente não demonstrou "disponibilidade" em se afastar, mas se colocou pronto a implementar a outra sugestão do partido de criar uma comissão para cuidar da crise e para elaborar uma profunda reforma administrativa da Casa.
Psol, PSDB e DEM também se manifestaram a favor do afastamento de Sarney e a situação do presidente no cargo foi considerada difícil. A seu lado, ainda restam PR, PTB e seu partido, o PMDB.
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