sexta-feira, 17 de julho de 2009

Prefeitura do Rio vai aumentar o número de médicos para tratar gripados

Um dos objetivos é identificar possíveis casos da nova gripe.
Órgão nega criação de tendas, como as da dengue, para tratar a doença.

Do G1, no Rio, com informações da TV Globo

 Foto: Alícia Uchôa

Funcionário da UPA Botafogo usa máscara (Foto: Alícia Uchôa/G1)

O aumento na procura por hospitais e postos de saúde pelos pacientes com sintomas de gripe fez com que a prefeitura do Rio decidisse aumentar também o efetivo de profissionais na rede municipal de saúde. O objetivo é melhorar o atendimento e também identificar possíveis casos da nova gripe.

Na última quinta-feira (16), foi confirmada a primeira morte no estado pela nova gripe.

Diferentemente do que chegou a ser divulgado, a prefeitura negou que vá montar tendas, num esquema parecido como o que foi feito durante a epidemia de dengue no ano passado.

Pacientes reclamam

Depois de duas horas e meia, Dona Joseni Gomes, de 41 anos, continuava na porta da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Botafogo com o filho de 13 anos, sem ser atendida.

“Ele está com febre, já esteve no médico antes, já tomou antitérmico e antibiótico e a febre não cede. Já passaram outras pessoas que disseram estar com prioridade”, contou ela, que reclamava ainda da falta de cuidados contra a doença no posto.
“Só o homem da porta está com máscara. Lá dentro, antes de passar da sala de risco, está todo mundo tossindo, escarrando, e não tem máscara para os doentes usarem”, disse ela. Desde às 7h na fila para ser atendida, a mãe de Katrine Kelen, 16, ainda estava na fila do raio-x às 12h. “Estou gripada e já fui medicada. Mas ela está com suspeita de pneumonia”, contou a menina.

 Foto: Alícia Uchôa

No Hospital das Clínicas de Niterói, máscaras são distribuídas na emergência (Foto: Alícia Uchôa)

Rede particular coloca máscaras na emergência

A reclamação na rede pública, já é realidade em algumas unidades particulares do Rio. No Hospital das Clínicas de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, e na Clínica São Vicente, na Gávea, Zona Sul da capital fluminense, aconselham os pacientes gripados a colocarem máscara no momento em que pegam senhas, antes de serem antes de serem atendidos. O resultado são salas de emergência lotadas de pessoas com máscaras.
Na Rede D’Or, o paciente gripado passa por uma triagem já do lado de fora da unidade, onde banners informativos com um enfermeiro fazem o primeiro contato e preenchem formulários de quem chega com os sintomas. De lá, segundo o hospital, o paciente segue para uma área isolada onde é feito o atendimento. Lá, todos os profissionais usam a máscara de proteção e a limpeza é reforçada para impedir uma possível proliferação do vírus.

Nessa época do ano, segundo os principais hospitais públicos e particulares do Rio, a demanda por atendimentos a pessoas com as doenças chamadas de inverno, como gripe, asma, bronquite e outras complicações respiratória, aumenta até 20%.

Ônibus itinerante

A preocupação levou o funcionário público Eduardo Neves, de 44 anos, ao ônibus itinerante da prefeitura, que, nesta sexta-feira está na Central do Brasil.

“A gente ouve tanta coisa e fica preocupado. Minha filha teve gripe e levei logo no hospital. Graças a Deus, já foi medicada e está bem. Acho que ainda falta informação e que os governos deveriam colocar tendas do exército nas ruas, como fizeram na época da dengue”, disse ele.
Segundo a enfermeira Adriana Clemente, do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), que percorre a cidade no ônibus itinerante, as principais dúvidas são sobre como evitar a doença. Dependendo da localização do veículo são atendidas cerca de 300 pessoas por dia querendo esclarecer questões sobre a doença.

Casos no país

Na última quinta, o Ministério da Saúde confirmou 11 casos de morte pela doença no país, uma no Rio, três em São Paulo e sete no no Rio Grande do Sul.

A primeira vítima da doença no Brasil foi um caminhoneiro gaúcho de 29 anos, que faleceu em junho. Na última sexta-feira (10), foi confirmada a morte de uma menina moradora de Osasco, em São Paulo.

A terceira morte foi anunciada na segunda-feira (13): um menino de 9 anos, morador da cidade de Sapucaia do Sul (RS). Ele morreu em 5 de julho, em Porto Alegre, mas o resultado da análise laboratorial que confirma a contaminação só saiu na segunda-feira (13).

Vírus A (H1N1)

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