sexta-feira, 17 de julho de 2009

Nem PM garante atendimento de idosa no Hospital Lourenço Jorge

Médica estava dormindo

O vereador Carlos Eduardo Mattos com a psicóloga Maria Cristina Soares no Lourenço Jorge. Foto: Pablo Jacob / Extra

Nem uma equipe do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) foi capaz de garantir atendimento a uma paciente de 78 anos na emergência do Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. Desesperada com o quadro de hipotermia da mãe, a psicóloga Maria Cristina Soares decidiu chamar a polícia depois de tentar, sem sucesso, que ela fosse tratada por médicos de plantão, na madrugada de quarta-feira, dia 15.

Para sua surpresa, o policial que atendeu ao chamado encontrou a médica responsável pelo plantão da emergência dormindo no alojamento (veja aqui o documento). Segundo a psicóloga, nem com a presença dos PMs, sua mãe, Belanizia Soares Vieira, foi atendida. Os policiais anotaram o caso no Talão de Registro de Ocorrência (número 179373), do 31º BPM.
— A medicina praticada no Hospital Lourenço Jorge é criminosa. Tentamos desesperadamente chamar um médico, mas eles fogem dos pacientes — disse Maria Cristina, que vai entrar com uma ação no Ministério Público contra a Secretaria municipal de Saúde.

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Cópia do registro feito pelos policiais depois de chegarem ao Hospital Lourenço Jorge. Foto de reprodução / Luis Alvarenga / Extra
O drama da família começou na madrugada de quarta-feira. Belanizia apresentava uma quadro de hipotermia, com o termômetro marcando 34º. Como não conseguiu falar com o médico particular da mãe, Maria Cristina se desesperou e decidiu levar a mãe para a emergência do Lourenço Jorge.
— Cheguei na emergência e me mandaram para a grande emergência, do outro lado do hospital. Fui arrastando minha mãe pelo pátio externo. Falei com mais cinco médicos e nenhum me deu atenção. Nem termômetro tinham — afirmou ela, que pediu ajuda ao vereador Carlos Eduardo Mattos (PSB), da Comissão de Saúde da Câmara Municipal. — A chefe do plantão da emergência estava dormindo. Ela foi chamada, falou com a gente, mas se negou a dar qualquer ajuda. Depois ainda voltou para o alojamento. Fiquei até as 5h e só quem me deu assistência foi uma médica do Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência), pelo telefone. Quando estava saindo do hospital, encontrei um médico e falei que estava indo para casa, porque o hospital não tinha jeito. Ele falou que era o melhor que eu podia fazer.
Segundo Mattos, que esteve no Lourenço Jorge, a direção do hospital se comprometeu a apurar a denúncia. Uma sindicância foi aberta pela Secretaria municipal de Saúde.

Casos de Cidade - Extra Online

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