segunda-feira, 20 de julho de 2009

Família de argentinos que vive em aeroporto ganha passagens

Desembargador recolheu com amigos verba para bilhetes para Panamá.
Casal de argentinos, três filhas e cunhada viajam na quarta-feira (22).

Alba Valéria Mendonça Do G1, no Rio

Foto: Reprodução/ G1

Família de argentinos mora há quase 2 meses no aeroporto Tom Jobim (Foto: Reprodução/ G1)

Comovido com a situação da família de argentinos que há quase dois meses vive no Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, no Rio, o desembargador Roberto Wider reuniu juízes auxiliares e funcionários de seu gabinete e cotizou a verba necessária para comprar as passagens para que eles possam retornar ao Panamá onde moram. O casal de argentinos, as três filhas pequenas e a cunhada peruana viajam na próxima quarta-feira (22).
Desde o dia 11 de junho, quando chegaram ao Rio vindos de Buenos Aires, na Argentina, Liliana Sava, o marido Carlos Ignácio, a cunhada Edith Noeme e as três filhas do casal – Elizabeth, de 6 anos, Bianca, de 5 anos, e Joana de 2 anos – estão morando no aeroporto. Eles contaram que uma amiga que prometeu comprar as passagens para o Panamá, não o fez. Sem dinheiro, eles não puderam voltar para casa.

Wider, que é corregedor geral de Justiça no Rio, contou que, ao saber pelos jornais da situação da família, ficou sensibilizado. Principalmente, depois de ver que as crianças estavam dormindo nos bancos do aeroporto, tomando banho no berçário e comendo graças à ajuda de funcionários do aeroporto.
"Aproveitei a minha condição de desembargador e pedi uma investigação das polícias Federal e Civil para saber, por exemplo, se as crianças não estavam sendo sequestradas. Quando me confirmaram que não havia qualquer problema desta natureza, fizemos a ‘vaquinha’. A solidariedade é a melhor coisa que existe”, disse Wider, que entrou em contato com o policial que está abrigando a família.
O desembargador confirmou que o grupo conseguiu juntar os US$ 2.900, cerca de R$ 6 mil, das passagens para os três adultos e para as três crianças. Do rateio, ainda sobrou dinheiro para que a família consiga se manter no Panamá por mais dois dias, segundo Wider.

Preparação para voltar

De acordo com o cabo PM José Walber Francisco dos Santos, que desde quinta-feira (16) está acolhendo a família em sua casa, na Ilha do Governador, todos estão muito contentes e aliviados com a possibilidade de, finalmente, voltar para casa.
“Na terça-feira (21), vou levá-los ao cabeleireiro e ajudá-los com roupas e no que puder para que eles possam viajar bem. Eles estão muito felizes. Estavam sem dinheiro e passando por uma situação muito difícil aqui no Brasil”, disse o cabo, que desde a semana retrasada vem mobilizando parentes e amigos para tentar ajudar os argentinos.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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