quinta-feira, 23 de julho de 2009

Defensoria alega omissão do estado e município do Rio no combate à nova gripe

Informação foi divulgada pelo defensor público federal André Ordacgy.
Defensoria Pública da União vai entrar com ação pedindo indenização.

Do G1, no Rio

 

O defensor público federal André Ordacgy, da Defensoria Pública da União (DPU), informou nesta quinta (23) que vai entrar com uma ação civil pública contra a União Federal, o estado e o município do Rio. Segundo ele, houve omissão estatal na prevenção e combate à nova gripe. Na ação, o defensor vai cobrar indenização por danos morais e materiais. 
Na quarta, a Secretaria estadual de Saúde confirmou mais quatro mortes causadas pela nova gripe. Ao todo, a doença já fez cinco vítimas no estado.

Ordacgy ressaltou que uma das mortes confirmadas na quarta, uma grávida de sete meses, procurou vários hospitais da rede pública e privada, mas não conseguiu ser internada nem conseguiu o medicamento antiviral. Ela morreu, mas os médicos salvaram o bebê.

Segundo o defensor, “esse caso concreto, somado a tantos outros, ilustra fortemente que a política estatal de tratamento não é a mais adequada”.

De acordo com André Ordacgy, o medicamento antiviral não está sendo disponibilizado para a maioria dos pacientes suspeitos de contágio.
O G1 não conseguiu entrar em contato na noite desta quinta (23) com as secretarias estadual e municipal de Saúde para repercutir as informações do defensor público.

Plano de contigência

Depois da confirmação de mais quatro mortes em decorrência da nova gripe, entre elas duas crianças e uma mulher grávida, as secretarias estadual e municipal de Saúde do Rio anunciaram, nesta quinta, um plano de contingência para tratar a doença.

Uma central de atendimento 0800, um site com questionário na internet, que começam a funcionar na próxima segunda-feira (27) e cartões de monitoramento, distribuídos a pacientes dos 17 Centros de Acolhimento são os principais trunfos no planejamento. O número do telefone e do site só serão divulgados a partir da próxima segunda-feira.

Estado tem comissão de óbito

Entre as mortes anunciadas esta semana está a de uma grávida que chegou a procurar duas unidades de saúde pública e foi liberada para casa e acabou morrendo numa clínica particular, na última sexta-feira (17).

"Este caso, como os outros, serão avaliados por uma comissão de óbito. Se for identificado qualquer tipo de falha, vamos abrir sindicâncias para investigar. Mas temos que identificar falhas humanas e falhas no processo de atendimento", afirmou o secretário estadual de Saúde Sérgio Cortes.

Plano visa esvaziar emergências

A ideia, segundo as autoridades, é evitar que pessoas que tenham apenas resfriados se contaminem ao procurar emergências e unidades públicas de atendimento. 
“Qualquer morte é gravíssima. Temos que tentar diminuir ao máximo a letalidade da doença. Por via das dúvidas, vamos considerar e acompanhar casos de gripe, seja ela comum ou suína”, disse Cortes.

“Com isso, os pacientes com sinais de agravamento vão ter um fluxo de atendimento preferencial”, completou o secretário municipal de Saúde Hans Dohmann.

Atendimento

Tanto via telefone, como através da internet, os pacientes vão responder a perguntas sobre os sintomas que possam estar apresentando da doença e serão aconselhados ao repouso ou a uma das unidades de atendimento, dependendo de sua gravidade.
Além da população, os médicos e profissionais de saúde também poderão usar o site para participar de chats e tirarem dúvidas sobre diagnósticos. Para os Centro de Acolhimento, serão contratados 210 enfermeiros e 210 técnicos de enfermagem. As equipes serão chefiadas por enfermeiros seniores.

O atendimento via telefone vai contar com um reforço de 120 profissionais, que serão treinados até domingo (26) para servir a população e devem atender cerca de 5 mil telefonemas por dia, das 6h às 23h30.

Férias escolares podem ser prorrogadas

A partir da implantação do novo plano na próxima semana, as secretarias estadual e municipal devem avaliar a necessidade de prorrogar ou não as férias escolares, previstas para terminarem no próximo dia 3.
“Nessa semana vamos avaliar o crescimento da doença para estudar a necessidade de postergar a volta às aulas. Neste momento, não achamos necessário”, avisou Cortes. “O objetivo é diminuir a circulação do vírus”, reiterou Dohmann.
Para garantir a eficácia de atendimento também no interior, Cortes convocou os 92 secretários de saúde do estado para falar da doença.

Casos no Rio e no país

Ao todo, já são cinco o número de óbitos pelo vírus Influenza A no estado. O primeiro caso foi o de uma mulher de 37 anos, que faleceu dia 13 de julho. 
O total de óbitos no país até as 20 horas desta quarta-feira (22) chegou a 29, com a confirmação dos quatro casos no Rio e de três novos casos em São Paulo.

Vírus A (H1N1)

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