domingo, 26 de julho de 2009

Servidor fará rodízio em área de risco

Medida será adotada para reduzir efeitos da violência sobre funcionário municipal

POR ALESSANDRA HORTO, RIO DE JANEIRO

Rio - O secretário municipal de Administração, Paulo Jobim Filho, declarou a O DIA que a Prefeitura do Rio vai estabelecer rodízio de servidores que trabalham em áreas de risco. A medida valerá para profissionais de todas as áreas. O objetivo é minimizar problemas pessoais vivenciados pelos servidores depois de anos de atuação nesses locais.

“Estabeleceríamos interstício (intervalo) para os servidores que trabalham em áreas de violência. Além de suporte psicológico, temos que estabelecer critérios para esse projeto. Por exemplo, funcionários novos que entram podem ocupar lugar de professores que já cumpriram o período. Ou seja: são regras que têm que ser criadas. Mas eles podem ocupar por um tempo determinado, não vão ficar lá para sempre. Do contrário, caímos no mesmo problema: 10 anos depois, a pessoa está estressada”, explica Paulo Jobim.

Ele disse que é importante não “escravizar” os servidores em determinada função para sempre, além de criar formas de dar mobilidade aos funcionários, principalmente em uma cidade como o Rio de Janeiro, “onde existe o problema da violência”. Segundo Jobim, a proposta do rodízio é resultado de algumas reuniões que foram feitas com grupos de servidores.

Ele admite que muitos funcionários precisam de auxílio. Algumas pessoas chegam a chorar quando contam o sofrimento que enfrentam ao chegar em casa, depois de um dia difícil no trabalho: “Eles entram em casa e ficam uma hora para se recuperar, dizem que preferem ficar calados. Então, a prefeitura tem que fazer ações preventivas”, adianta o secretário.

TODAS AS REGIÕES

Paulo Jobim Filho também disse que pretende ampliar o concurso de remoção que acontece atualmente na Secretaria Municipal de Educação, uma vez ao ano, para todas as áreas da cidade. Segundo ele, é importante que os servidores tenham a possibilidade de trabalhar perto de casa ou deixar de ficar engessados em um mesmo local por muito tempo. O concurso de remoção da Educação ainda não foi aberto este ano. Segundo informações da pasta, a etapa está em fase de estudos.

VAGAS NA INTERNET

Para o secretário municipal de Administração, é preciso criar um mecanismo, como algumas empresas privadas fazem, de oferecer vagas pela Internet, com inscrições de interessados em se habilitar no programa de transferência. “Ocorreu de fazermos algo parecido com o que já existe para os professores. Eles participam do concurso baseado em critérios que são estabelecidos e podem optar por trabalhar em um local diferente”, explica Jobim. Segundo ele, o projeto pode valer já a partir de 2010.

SEM BUROCRACIA

Para a Administração, não há problemas em ampliar o concurso de remoção porque sempre vai existir um servidor pretendendo participar da troca. “Alguém que está querendo mudar pode fazer, porque sempre tem alguém querendo ir para o lugar dele”, diz Jobim. A exemplo do que acontece na Secretaria de Educação, uma comissão avaliaria se o servidor que concorre a determinada vaga tem o perfil que o órgão precisa. A ideia é fazer com que o concurso não seja um processo burocrático.

PROCESSOS INDIVIDUAIS

Ampliar o modelo da Educação não significa que o mesmo procedimento será adotado por todas as secretarias, já que somente os servidores que exercem suas funções no dia a dia conhecem as reais necessidades do setor. “Não é um projeto simples. Vamos ter que mobilizar, ouvir, criar as regras e temos que fazer algum tipo de avaliação piloto. São projetos que podem perfeitamente ser implantados a partir do ano que vem. Os servidores terão importante oportunidade na carreira”, diz o secretário.

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