sexta-feira, 17 de julho de 2009

Família de agente de saúde diz que ele foi morto ao ser confundido com estuprador

De acordo com familiares, Júlio Almeida está sumido desde o dia 9 de julho.
Em protesto, agentes reclamam de falta de segurança para trabalhar.

Do G1, no Rio, com informações do RJTV

 

Parentes e amigos do agente de saúde Júlio Batista Almeida, que está desaparecido há cerca de uma semana, afirmam que ele foi confundido com um estuprador e teria sido morto por traficantes do Alemão, no subúrbio do Rio.

Na manhã desta sexta-feira (17), agentes de saúde fizeram um protesto em frente à prefeitura, no Centro da cidade. Cerca de cem agentes se reuniram em busca de informações sobre o colega de trabalho que está desaparecido desde o último dia 9. Os agentes tentaram falar com um representante da Secretaria municipal de Saúde, mas não foram recebidos.
“Nós queremos saber onde está o nosso agente, nosso colega de trabalho que sumiu em exercício de sua função”, reclama o agente de saúde Luís Pedro Marchon Vieira.

De acordo com os familiares, Júlio teria sumido depois de sair da Favela Nova Brasília, no Alemão, onde estava trabalhando.
Outro agente que não quer se identificar diz que Júlio foi confundido com o estuprador que teria atacado sete mulheres na região: “A informação foi que realmente o Júlio foi confundido com o estuprador e fizeram a justiça que eles costumam fazer”.
“O estuprador atuava na mesma região do nosso trabalho e usava uniforme, inclusive crachá”, ressaltou o agente de saúde Marco Antônio Santos.

Dificuldade para registrar o caso

A irmã de Júlio afirmou que teve dificuldade para registrar o caso. Ela passou por três delegacias e só na última quinta-feira (16) ela conseguiu fazer o registro na 44ª DP (Inhaúma).
“Ele vai chamar os colegas hoje (sexta) para depor e dar mais informações. A gente gostaria de recuperar o corpo e limpar a imagem dele, porque ele era uma pessoa de bem”, disse a irmã.
Durante o protesto em frente à Prefeitura, os agentes reclamaram da falta de segurança para trabalhar em região onde existe tráfico de drogas.
Eles suspenderam o combate a focos do mosquito da dengue em comunidades do Alemão, da Penha, da Maré, Vigário Geral, Parada de Lucas e em favelas da Ilha do Governador.
“Muitas vezes a gente passa por áreas de confronto. E muitas vezes somos corpos estranhos dentro da comunidade. Nós não somos da comunidade. Nós somos confundidos com policiais, com facções rivais, X9, como se diz na gíria”, disse um agente.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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