quinta-feira, 2 de julho de 2009

Execução seria crime de milícia

Polícia investiga ligação de paramilitares de São Gonçalo com morte de amigo de presidente da Viradouro em Niterói

POR GERALDO PERELO, RIO DE JANEIRO

Rio - Uma disputa entre milicianos que atuam em São Gonçalo é uma das linhas de investigação da 81ª DP (Itaipu) para a execução de Pedro Garcia dos Santos, 43 anos, ontem de madrugada, em Niterói. O crime ocorreu pouco após a meia-noite na Estrada Francisco da Cruz Nunes, no bairro Cantagalo, próximo do Cemitério Parque da Colina, onde Pedro foi enterrado à tarde. Ele era amigo íntimo do presidente da Viradouro, Marco Lira, vítima de atentado ano passado.

Foto: Julio Diniz / O São Gonçalo

Carro de Pedro Garcia foi atingido por pelo menos 21 disparos: bandidos perseguiram vítima em Niterói

Pedro, que dirigia um Palio, foi perseguido e encurralado. O carro foi atingido por pelos menos 21 disparos — 14 na porta do motorista, quatro no parabrisa dianteiro, um no vidro traseiroa e dois no porta-mala. Os assassinos estariam em um veículo escuro.

“Ele ainda subiu o canteiro central da pista e tentou fugir pela contramão, mas foi alcançado. Já bastante ferido, saltou do Palio e cambaleou até a entrada de um condomínio, onde caiu morto”, descreveu o delegado Flávio Loureiro.

Segundo ele, há informações sobre o ligação de Pedro com a milícia que atua na localidade de Campo Novo, em São Gonçalo. Ele teria envolvimento ainda com caça-níqueis. “Até agora (ontem) ainda não sabemos que atividade a vítima exercia. Mas já temos informações de que o Pedro teve dois antecedentes criminais por roubo, inclusive com uma condenação, em Bragança Paulista, São Paulo”, disse.

O delegado afirmou que vai pedir à Prefeitura de Niterói as imagens das câmeras na estrada, para tentar identificar os criminosos. “Queremos saber o motivo dessa execução. Vamos aguardar o depoimento dos parentes e depois aprofundar a investigação”, anunciou Flávio Loureiro.

Durante o enterro, o presidente da Viradouro era um dos mais emocionados.

Dirigentes da escola já foram atacados

Não foi a primeira vez que pessoas ligadas a Marco Lira são alvo de atentados. Em janeiro de 2008, o próprio presidente da Viradouro, que é inspetor da Polícia Civil, foi atingido com dois tiros — um na barriga e outro na perna esquerda, pouco abaixo do joelho — quando chegava à quadra da agremiação, no Barreto, em Niteró. Na ocasião, Lira, que foi socorrido por seus seguranças, informou que havia reagido a uma tentativa de assalto.

Em outubro, a vítima foi o diretor de barracão da escola de samba, Paulo Roberto Paiva de Mendonça, o Paulinho Bambam, de 35 anos. Ele foi executado na Estrada Velha de Maricá, no bairro Maria Paula, em São Gonçalo. Apontado como Braço-direito de Marco Lira, ele estava a bordo da picape Cherokee placa LUY 5907 quando foi alvejado por 25 tiros de pistola.

Uma das hipóteses da polícia é ligação do crime com a exploração de máquinas de videopôquer.

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