Polícia investiga ligação de paramilitares de São Gonçalo com morte de amigo de presidente da Viradouro em Niterói
POR GERALDO PERELO, RIO DE JANEIRO
Rio - Uma disputa entre milicianos que atuam em São Gonçalo é uma das linhas de investigação da 81ª DP (Itaipu) para a execução de Pedro Garcia dos Santos, 43 anos, ontem de madrugada, em Niterói. O crime ocorreu pouco após a meia-noite na Estrada Francisco da Cruz Nunes, no bairro Cantagalo, próximo do Cemitério Parque da Colina, onde Pedro foi enterrado à tarde. Ele era amigo íntimo do presidente da Viradouro, Marco Lira, vítima de atentado ano passado.
Carro de Pedro Garcia foi atingido por pelo menos 21 disparos: bandidos perseguiram vítima em Niterói
Pedro, que dirigia um Palio, foi perseguido e encurralado. O carro foi atingido por pelos menos 21 disparos — 14 na porta do motorista, quatro no parabrisa dianteiro, um no vidro traseiroa e dois no porta-mala. Os assassinos estariam em um veículo escuro.
“Ele ainda subiu o canteiro central da pista e tentou fugir pela contramão, mas foi alcançado. Já bastante ferido, saltou do Palio e cambaleou até a entrada de um condomínio, onde caiu morto”, descreveu o delegado Flávio Loureiro.
Segundo ele, há informações sobre o ligação de Pedro com a milícia que atua na localidade de Campo Novo, em São Gonçalo. Ele teria envolvimento ainda com caça-níqueis. “Até agora (ontem) ainda não sabemos que atividade a vítima exercia. Mas já temos informações de que o Pedro teve dois antecedentes criminais por roubo, inclusive com uma condenação, em Bragança Paulista, São Paulo”, disse.
O delegado afirmou que vai pedir à Prefeitura de Niterói as imagens das câmeras na estrada, para tentar identificar os criminosos. “Queremos saber o motivo dessa execução. Vamos aguardar o depoimento dos parentes e depois aprofundar a investigação”, anunciou Flávio Loureiro.
Durante o enterro, o presidente da Viradouro era um dos mais emocionados.
Dirigentes da escola já foram atacados
Não foi a primeira vez que pessoas ligadas a Marco Lira são alvo de atentados. Em janeiro de 2008, o próprio presidente da Viradouro, que é inspetor da Polícia Civil, foi atingido com dois tiros — um na barriga e outro na perna esquerda, pouco abaixo do joelho — quando chegava à quadra da agremiação, no Barreto, em Niteró. Na ocasião, Lira, que foi socorrido por seus seguranças, informou que havia reagido a uma tentativa de assalto.
Em outubro, a vítima foi o diretor de barracão da escola de samba, Paulo Roberto Paiva de Mendonça, o Paulinho Bambam, de 35 anos. Ele foi executado na Estrada Velha de Maricá, no bairro Maria Paula, em São Gonçalo. Apontado como Braço-direito de Marco Lira, ele estava a bordo da picape Cherokee placa LUY 5907 quando foi alvejado por 25 tiros de pistola.
Uma das hipóteses da polícia é ligação do crime com a exploração de máquinas de videopôquer.
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