SÃO PAULO - O vice-presidente José Alencar, de 77 anos, recupera-se bem da cirurgia a que foi submetido na quinta-feira para a desobstrução de uma das alças do intestino delgado. Alencar "está evoluindo de maneira satisfatória", informou o boletim médico divulgado no início da tarde pelo Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Ainda de acordo com o boletim, Alencar, que se recupera na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), está "bem disposto e acordado".
Segundo seu médico particular, Roberto Kalil, o vice-presidente, que luta há 12 anos contra um câncer , passou bem a noite e está tomando soro e antibióticos. Levantou cedo e quis assistir à televisão. Disse ainda aos assessores que gostaria de sair logo do hospital, mas ele deve ter alta só na semana que vem.
Neste sábado, se a recuperação continuar boa, Alencar vai para uma unidade semi-intensiva e apenas no domingo deve ir para um quarto comum.
Médicos aproveitaram para retirar tumores
A cirurgia para desobstrução intestinal durou seis horas e os médicos aproveitaram para retirar grande parte dos vários tumores presentes na região abdominal do vice-presidente. Alencar havia recebido alta na segunda-feira, após ser internado no último fim de semana às pressas com fortes dores.
Visita de Lula não está confirmada
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou ao Brasil na noite desta sexta-feira, depois de participar da reunião do G8 (grupo dos países mais ricos e a Rússia) na Itália. Não há confirmação se Lula irá visitar o vice sábado em São Paulo.
A combinação da cirurgia do vice com a viagem de Lula à Itália provocou especulações sobre um vácuo de poder no país. A própria Presidência da República não tinha uma posição oficial, mas, em última instância, prevalecia a interpretação de que em momento algum o país esteve sem comando . Segundo essa análise, mesmo no exterior, Lula é o presidente, de fato, do país.
Lula só teria de transmitir o cargo para Alencar se fosse se ausentar do país por mais de 15 dias. Nesse caso, conforme estabelece o artigo 83 da Constituição, o Congresso teria de aprovar uma licença para o presidente ficar fora. A prática recorrente de transmissão do cargo para o vice, em caso de viagem ao exterior, é vista como uma deferência especial cultivada não só no Brasil como em outros países.
Tratamento nos EUA
Em 25 de janeiro deste ano, o vice-presidente passou por uma operação de 17 horas para a retirada de tumores no abdome.
Em maio, exames localizaram novos tumores no abdome. O vice-presidente decidiu, então, se submeter a um tratamento experimental nos Estados Unidos para combater os tumores.
De acordo com os médicos que o operaram, os nódulos que foram retirados serão examinados para verificar se o tratamento realizado nos EUA tem dado resultado.
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