domingo, 24 de maio de 2009

Soropositivo, sargento da PM vira mendigo e não vê a hora de se aposentar

 

Paulo Carvalho - Extra

Soropositivo, o sargento da PM Paulo Roberto vive como mendigo - foto: Guilherme Pinto / Extra

Há dois meses, o terceiro sargento da PM Paulo Roberto Gomes de Oliveira, de 44 anos, tem nova residência fixa. É numa calçada, na rua do mercado de peixe, em São Gonçalo, que ele - na companhia de outros três moradores de rua - dorme e amanhece. Seu companheiro hoje é um filhote de gato que ele batizou de "Meu amigo".

Na nova vida como morador de rua, o PM, oficialmente lotado no 12º BPM (Niterói), se alimenta com restos de sopas, biscoitos e coisas doadas por igrejas e comerciantes. As roupas que usa também lhe foram dadas (assista ao vídeo que mostra o drama do sargento da PM que vive como mendigo) .

O drama do PM começou há três anos. Ao descobrir que era portador do vírus HIV, Paulo Roberto se internou no Hospital Central da Polícia militar (HCPM), onde acabou se licenciando.

Com dívidas acumuladas em função de vários empréstimos que teve que fazer, o sargento acabou mergulhado no ostracismo, abandono e foi viver na rua.

Desde que soube da doença, o policial vem tentando sua reforma na corporação. Mas ainda não teve sucesso. Os próprios médicos que o atendem alegam que ser soropositivo não é motivo para reforma.

Alcoolismo

Sem dinheiro para a passagem, ele acabou interrompendo seu tratamento. Única pessoa a lhe dar ainda assistência, a mulher do PM, Úrçula Davis Santana de Oliveira, de 40 anos, diz que o pouco dinheiro que ele ganha, gasta com bebidas.

- Ele sempre teve problemas com alcoolismo. Tudo piorou com a doença. Eu tento levar ele para casa, mas ele se nega. Anda deprimido e tenso com o problema da sua reforma - disse.

A carteira da PM do sargento Paulo - foto: reprodução Socorro da associação

A Associação de Ativos, Inativos e Pensionistas dos Policiais Militares e Bombeiros (Assinap) resolveu abraçar a causa do sargento Paulo Roberto. Inconformado com a situação, o presidente da instituição, Miguel Cordeiro, acusa a corporação de não ter um trabalho de assistência social adequado.

- O policial só serve quando está trabalhando. No caso desse sargento, virou uma pessoa descartável. Com isso, a corporação o pune duas vezes. Não garante um tratamento de saúde e não o reforma - disse Cordeiro.

Interdição

O advogado da Assinap, Domingos Sávio, entrou com pedido de interdição do sargento na 2ª Vara de Família de Itaboraí. No documento, alega ser lamentável que, mesmo com o quadro de soropositivo, cardíaco, alienado mental e alcoólatra, a PM ainda não tenha optado pela reforma de Paulo Roberto.

- Estou tentando, com isso, forçar a aposentadoria dele. Entendo a demora como uma tentativa de economia do Estado - afirma o advogado.

Comandante da unidade onde o sargento está oficialmente lotado, o coronel Elson Haubrichs negou que o batalhão não estivesse dando assistência ao policial.

De acordo com o oficial, um quarto foi reservado no batalhão para o sargento. Ele já chegou a ser contactado outras vezes.

- Parece que ele mesmo quer levar essa vida - disse o comandante.

Paul chora ao abraçar a esposa, Úrçula - foto: Guilherme Pinto - Extra Alojamento na PM

Em nota oficial, o setor de Relações-Públicas da PM confirmou as informações do coronel Haubrichs sobre o alojamento oferecido ao sargento. A nota diz ainda que "o batalhão vai reiterar a disponibilidade tanto da unidade como do hospital em tratá-lo". De acordo com a assessoria, o policial apresenta bom comportamento e não responde a nenhum procedimento interno. A sua Licença para Tratamento de Saúde (LTS), pela clínica de psiquiatria da PM, vai até o dia 11 de junho de 2009.

Quanto à reforma, a nota diz que "não foi reformado, pois a soropositividade não acarreta reforma automática. É necessário que sejam preenchidos critérios que dependem da evolução ou não da doença".

Extra Online

Um comentário:

Sérgio Cerqueira Borges disse...

http://asflorentinasdojardimamerica.blogspot.com/?zx=712510e9ef339f10


"O feudalismo foi um modo de organização social e político ( O ESTADO REPRESENTADO POR DELEGAÇÃO, A SEGURANÇA PÚBLICA, PARA OS ÓRGÃOS REPRESSORES "POLÍCIAS") baseado nas relações servo-contratuais (servis = TROPA OU CONTIGENTE). Tem suas origens na decadência do Império Romano (TRANSIÇÃO DO GOVERNO MILITAR PARA O "DEMOCRÁTICO").Predominou na Europa durante a Idade Média (ÉPOCA EM QUE VIVE A ATUAL PMERJ). Segundo o teórico escocês do iluminismo, Lord Kames, o feudalismo é geralmente precedido pelo nomadismo e em certas zonas do mundo pode ser sucedido pelo capitalismo( ESTE É O CASO DO BRASIL). Os senhores feudais conseguiam as terras porque o rei dava-as para eles ( COMANDO GERAL DIVIDINDO AS ÁREA DOS BATALHÕES E NOMEANDO COMANDANTES DESTES). Os camponeses cuidavam da agropecuária dos feudos e em troca recebiam o direito a um pedaço de terra (COMO JÁ DIZIA O PERSONAGEM DO FILME TROPA DE ELITE, "-QUEM QUER RIR , TEM QUE FAZER RIR") para morar e também estavam protegidos dos bárbaros ( SERÁ A CORREGEDORIA?). Quando os servos iam para o manso senhorial, atravessando a ponte, tinham que pagar um pedágio ( ESCOLHER O SETOR E TIPO DE SERVIÇO, ETC), exceto quando iam cuidar das terras do Senhor Feudal (AH, ISTO DISPENSA COMENTÁRIOS)."

Ressalvo que esta INTERTEXTUALIDADE faz referencia aos 200 anos da PMERJ; ninguém pode negar que em vários períodos da história desta instituição ao longo destes 200 anos, tais possibilidades referenciadas foram fatos e não apenas suposição; a história reportada pela imprensa e os anais dos processos jurídicos comprovam; entretanto nos dias de hoje; com a abertura política, os órgãos de imprensa tornam menos prováveis tais ocorrências, sem, contudo extingui-las, todavia a PMERJ possui um efetivo de quase 40.000 homens (Sentido lato sensu), e ninguém pode negar que é um pequeno contingente de maus profissionais que jogam o nome da corporação no limbo; é um percentual tão ínfimo que não chega a 10% do efetivo total, em que estes, a minoria são quem ganham visibilidade, maculando quase 100% de profissionais honestos; ainda assim neste percentual de 10%, encontram-se os que são injustiçados pela própria instituição, cuja usa os seus integrantes como peças descartáveis de forma desumana; como no caso em tela, como no caso de crimes em que seus investigadores incompetentes e imorais forjam contra alguns de seus integrantes, em uma tentativa "suja", "desleal", em tentar mostrar para a sociedade que estes que estão no poder; seja em que período for, estão expurgando a PMERJ; “assim é como no jogo de xadrez, os peões são os primeiros a serem sacrificados, para garantir a posição do REI”. O pior é que não funciona; pessoas inocentes são sacrificadas nesta inútil tentativa; e, este "pobre PM pobre" é um exemplo clássico deste abandono. Ainda assim há os valorosos policiais, sejam Praças ou Oficiais, que ainda dignificam a PMERJ, mesmo sofrendo o achincalhe da sociedade; mesmo tendo a consciência que poderá acontecer com eles tais injustiças e abandonos por estes verdadeiros hipócritas, traidores da própria instituição em que lhe foram confiados seu destino. O que falta é um HOMEM com coragem de sacrificar até a sua carreira e vida; assim como fazem os combatentes que estão nas ruas; seguirem seus exemplos, e lutarem em prol da instituição e não em causa própria, sendo superveniente ao “PODER”, NO SENTIDO DE SEDUÇÃO, estes passarão para a história, como muitos outros, apenas com uma fotografia na sala de comando da PMERJ; sem sequer alguma “lorota” a contar para os seus descendentes; pois a “massa” de PM’s sempre fará referencias negativas; como fazem ao contrario aos verdadeiros CORONEIS cujo souberam honrar o posto de COMANDANTE GERAL E DE BATALHÕES.