quarta-feira, 27 de maio de 2009

Confusão e tiro no treino do Flu

 

POR RAPHAEL ROQUE, RIO DE JANEIRO

Foto: Marcelo Regua / Agência O Dia

Polícia reforça o local sob protestos da torcida

Rio - ‘Isso aqui tá pior que a Faixa de Gaza’. Exageros à parte, a declaração do atacante Fred traça bem o panorama do que foi a treinamento do Fluminense, nesta terça-feira, nas Laranjeiras. Na ressaca da eliminação da Copa do Brasil e da goleada para o Santos, houve invasão de campo por membros de torcidas organizadas, agressão ao volante Diguinho e até tiros para o alto, disparados do gramado. Orgulhoso por sua origem aristocrática, o Tricolor exibiu cenas de selvageria e o buraco negro só faz aumentar.

Foto: Agência Lance

Diguinho é agredido por um 'torcedor' tricolor, que é contido por seguranças do clube

Revoltados com as atuações do time, cerca de 30 integrantes de facções organizadas invadiram a sede das Laranjeiras pela porta da frente e seguiram para o campo para cobrar dos jogadores e do técnico Carlos Alberto Parreira. A situação saiu de controle quando um deles agrediu o volante Diguinho na porta do vestiário. Diante do caos, foram feitos os disparos e a massa se dispersou. Policiais do 2º Batalhão foram acionados, mas quando chegaram os vândalos já haviam sumido.
O tiros teriam sido dados por um segurança, mas segundo o assessor da presidência, Marcelo Penha, nenhum funcionário ou prestador de serviço está autorizado a trabalhar armado no clube. Levantou-se também a possibilidade de algum acompanhante de um dos jogadores ter feito os disparos.
“Nesse momento não há como comprovar nada, mas já tenho a informação de alguns dos invasores são sócios. Vamos contar com a ajuda das fotos para tentar identificar o suposto autor do disparo. Se for do clube, será punido. De qualquer forma, a polícia cuidará do caso”, disse o dirigente, que usará a câmera de segurança da portaria para ajudar na identificação dos vândalos. Ele garantiu ainda que a segurança será reforçada com a ajuda da PM.

Foto: Marcelo Regua / Agência O Dia

Torcida revoltada protesta nas Laranjeiras

Restaram nas arquibancadas das Laranjeiras alguns torcedores ainda revoltados, mas não violentos. Eles se limitaram a ofender alguns jogadores e o técnico Parreira e a mostrar faixas com dizeres como “Se Eduardo Ratinho é jogador, eu sou um astronauta” e “O time não merece a torcida que tem”. Um dos principais alvos, Thiago Neves demonstrou ironia ao protesto e gerou revolta.
Por segurança, o treino foi encerrado mais cedo e os jogadores deixaram as Laranjeiras sem dar entrevistas. Os comentários vinham em frases isoladas, a caminho do estacionamento. “Isso é um absurdo”, disse o volante Fábio Santos.
O departamento jurídico acionou o advogado criminalista Sérgio Riera. Uma queixa-crime deve ser elaborada para tentar processar os torcedores por invasão e agressão. “A questão do tiro é mais complicada. Fica difícil comprovar o disparo”, explicou o advogado.

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