domingo, 5 de julho de 2009

"Não há crise na saúde que justifique o que o médico fez com grávidas", diz Paes

Médico teria anotado nome da maternidade para elas irem de ônibus.
Secretário de Saúde visitou vítima que perdeu o bebê no sábado (4).

Carolina Lauriano Do G1, no Rio

 

"Não há crise no sistema de saúde pública que justifique aquela atitude do médico", disse o prefeito Eduardo Paes, sobre o descaso do profissional do Hospital Miguel Couto, que encaminhou grávidas para maternidade.

Segundo uma das vítimas, ele teria escrito no braço das grávidas a maternidade para onde elas deveriam ir e qual ônibus pegar.

Paes comentou o caso durante inauguração de uma praça em Copacabana, na Zona Sul do Rio, na manhã deste domingo (5).

O prefeito afirmou que se for confirmado o fato, irá demitir o médico. Mas o profissional responsável ainda não foi identificado. Duas sindicâncias foram abertas para apurar o caso.

Descaso

A denúncia de descaso e constrangimento foi noticiada pelo site do jornal "O Globo". As grávidas chegaram ao hospital Miguel Couto, no Leblon, Zona Sul, na quinta (2), para dar à luz, mas depois de examinadas um médico teria escrito à caneta no braço delas o nome da maternidade Fernando Magalhães, em São Cristóvão, na Zona Norte, e também as linhas de ônibus que elas deveria pegar.

A jovem Manuela Costa, de 29 anos, perdeu o bebê e está internada desde sábado na maternidade. As outras duas tiveram os filhos e já foram liberadas. 

Inadmissível, diz secretário

O secretário municipal de Saúde, Hans Dohmann, visitou na noite de sábado (4), na maternidade Fernando Magalhães, a jovem que perdeu o bebê após uma cesariana de emergência. Manuela afirmou para o secretário que foi examinada por um médico e que ele escreveu à caneta em seu braço.

"Uma situação triste e inadmissível, totalmente fora dos padrões. Estamos indignados", disse o secretário. 

Procedimento fora do padrão

De acordo com o secretário, o procedimento padrão, em casos de alto risco como o da jovem Manuela, é o hospital fornecer ambulância de transporte para o paciente. Para Dohmann, o médico ter mandado a grávida ir de ônibus para a maternidade foi o fator mais grave.

"Não há motivos para ele ter agido dessa forma, já que temos ambulâncias nos hospitais, além das ambulâncias do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência)", afirmou.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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