quarta-feira, 22 de julho de 2009

Ex-PM Batman é ouvido na Justiça

Ele contou que não eram dele as armas achadas na casa onde foi preso.
Sua mulher também prestou depoimento.

Do G1, no Rio

O juiz José Nilo Ferreira, titular da 2ª Vara Criminal de Santa Cruz, ouviu nesta quarta-feira (22) o ex-PM Ricardo Teixeira Cruz, o "Batman", acusado de fazer parte da milícia que atua na Zona Oeste da cidade.

O interrogatório ocorreu durante audiência de instrução e julgamento de um processo onde ele é acusado por receptação, porte, posse e transporte ilegal de armas. Foram colhidos também depoimentos de quatro testemunhas de acusação, sendo dois delegados, um inspetor da Polícia Civil, integrantes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), e da esposa do acusado.

Batman estava foragido desde 28 de outubro de 2008, quando fugiu pela porta da frente do complexo penitenciário Bangu 8.

Ele estava sendo rastreado e foi localizado em uma casa no bairro de Campo Grande, Zona Oeste. Segundo os policiais, no dia 13 de maio deste ano foi montada uma operação especial para prendê-lo, que contou com a participação de mais de dez homens, quatro viaturas e um helicóptero. Os policiais cercaram o imóvel e deram voz de prisão a Batman, que acabou se rendendo. Foram encontrados no interior da residência, dois fuzis, duas pistolas da marca Glock, uma bolsa com granadas e mais de 20 carregadores municiados.

'Eu fiquei muito nervosa', diz mulher de acusado

A esposa de Ricardo, Elaine dos Santos, afirmou que estava com uma amiga dentro da casa onde Batman foi preso. Porém, ela não presenciou a apreensão das armas.

"Eu fiquei muito nervosa e chorei muito quando os policiais chegaram. Não vi nada e não sabia da existência de arma alguma", contou Elaine, que foi liberada logo em seguida. Ela contou ainda que vive com Ricardo há 17 anos e que é legalmente casada há cinco. Disse também que quando o conheceu, Ricardo já não era mais PM, porém não soube dizer o motivo.
Em seu depoimento, Ricardo, de 41 anos, falou que foi policial militar de 87 a 91, e que foi excluído da corporação por indisciplina. Depois da expulsão, trabalhou como segurança e, posteriormente, como promotor de eventos. Contou ao juiz que responde também a processos por extorsão e formação de quadrilha.

Batman explicou que a casa onde estava escondido não era dele, e sim de um amigo, um policial militar do Regimento de Polícia Montada de Campo Grande, que atende pelo nome de "André Oliveira".

As armas encontradas pelos policiais também seriam do amigo. Batman afirmou que desconhecia a existência do armamento na residência.

"Eu estava foragido e precisava de um lugar para ficar. Como o André já tinha me oferecido o local, eu o ajudei a mobiliar e a reformar a casa. Cheguei em um dia e fui preso no outro. Nenhuma dessas armas me pertence", esclareceu.
Com o fim da audiência, por volta das 15h30, o juiz atendeu à defesa do réu, que solicitou prazo de cinco dias para apresentar manifestação.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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