Nova política da corporação quer mais policiais nas ruas, sem exceção.
Embarque dos atletas estava marcado para o dia 27.
Alba Valéria Mendonça Do G1, no Rio
O sargento do Bope Luiz Lima (dir.) que treinou especialmente para os Jogos Mundiais não vai mais viajar (Foto: Alba Valéria Mendonça/ G1)
Por conta da mudança no comando geral da Polícia Militar e das novas diretrizes de trabalho - de reforçar o policiamento nas ruas - a viagem dos 56 PMs atletas que iriam representar o Brasil nos Jogos Mundiais de Policiais e Bombeiros, no Canadá, foi vetada. Os policiais iriam embarcar para Vancouver no próximo dia 27.
As provas da competição bienal que está em sua 13ª edição vão do dia 31 de julho a 9 de agosto. Os jogos devem reunir 12 mil policiais de 60 países.
Segundo o tenente-coronel Aurélio dos Santos, chefe do setor de Educação Física da PM, somente três atletas do surf - antecipado para junho em Malibu, nos Estados Unidos por causa das condições climáticas - disputaram a competição.
"Por serem atletas, eles ficaram meio frustrados. Mas como policiais, tenho certeza, todos vão compreender a decisão do comando. Faz parte da nova política da corporação ter mais policiais nas ruas, sem exceções", informou o oficial acrescentando que o veto à viagem foi comunicado esta semana.
Pela primeira vez, segundo o tenente-coronel Aurélio, o Brasil entraria na competição com reais chances de obter resultados expressivos nas provas de caratê, atletismo, tiro, judô, taekwondo e maratona aquática.
Agora, a equipe brasileira vai contar apenas com policiais federais e militares de São Paulo, bombeiros do Espírito Santo e de Brasília e atletas de guardas municipais – que em outros países são considerados policiais municipais.
“Vai ser um desfalque grande”, observou o tenente-coronel Aurélio, lembrando que a expectativa era de que o Brasil ficasse entre os dez primeiros colocados e conquistasse 25 medalhas.
Provas do surf foram em junho
Um dos poucos cariocas que conseguiu participar dos Jogos Mundiais deste ano foi o soldado Rafael dos Anjos, também do Bope, que competiu no surf. Ele ficou em sexto lugar geral na competição, na modalidade shortboard (pranchinha). Dos Anjos, de 31 anos, disputou as provas na categoria sênior com outros 52 atletas, entre eles, policiais australianos e americanos.
Outros dois PMs participaram das provas de surf, mas não conseguiram se classificar para a final.
Promessa frustrada
Estreante na competição, o sargento Luiz Lima, de 34 anos, do Batalhão de Operações Especiais (Bope), carateca desde os 6 anos de idade, vinha treinando para representar bem o Brasil. Ele era considerado uma das promessas de medalha. Antes de saber do veto da viagem ele declarou:
“O caratê é excelente para quem é policial. Com o esporte, a gente desenvolve o autocontrole, o equilíbrio e a concentração. Praticar uma arte marcial ajuda o policial a manter a disciplina do corpo e é bom para o condicionamento físico", explicou Lima, há 11 anos no Bope e que integra a equipe de resgate de reféns.
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