terça-feira, 12 de maio de 2009

Presidente do TRE pretende fazer operações no início de 2010 contra currais eleitorais em comunidades carentes

O presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), desembargador Alberto Motta Moraes, anunciou que as operações de combate aos currais eleitorais realizadas no ano passado vão se repetir a partir do dia 1º de janeiro de 2010. No seminário 'Crime Organizado', que começou nesta segunda-feira no Tribunal de Justiça (TJ) do Rio, Motta Moraes admitiu que a Operação Guanabara, feita a um mês da votação de 2008, com a presença do Exército em comunidades dominadas por milicianos e traficantes, não surtiu o efeito esperado.

"A presença das Forças Armadas em nada alterou o resultado das eleições. Os que eram ligados à milícia se elegeram, até quem chegou a ser preso. A Justiça Eleitoral tem poucos meios para coibir isso, mas prepararemos juízes para que tomem providências antecipadamente, já a partir de 1º de janeiro de 2010. Vamos enfrentar este desafio", afirmou o presidente do TRE.

Ano passado, 3.500 militares participaram da operação em locais como Rio das Pedras, Gardênia Azul, Cidade de Deus, Rocinha e Complexo do Alemão. A filha do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, Carminha Jerominho (PT-doB), foi eleita mesmo presa, acusada de formação de curral eleitoral em comunidades da Zona Oeste. Além de Carminha, também foram eleitos acusados de ligação com com grupos paramilitares o sargento bombeiro Cristiano Girão (PMN) e Elton Babu (PT).

Problema mais grave

Durante o seminário, o secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, disse que a milícia se constitui no mais grave problema do crime organizado a ser combatido no estado. Ele defendeu a criação de uma legislação específica que tipifique os delitos cometidos pelos milicianos.

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, que veio de Brasília para participar dos debates, classificou os temas do encontro como de "grande relevância". Na agenda dos debates estão questões como narcotráfico, comércio de armas e lavagem de dinheiro.

Para centralizar os processos envolvendo esse tipo de crime em uma espécie de cartório digital, o presidente do TJ, Luiz Zveiter, inaugurou nesta segunda-feira, na sede do Fórum, a Central de Assessoramento Criminal.

O Dia Online

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