terça-feira, 5 de maio de 2009

Irmã de jovem morta diz que mãe e tios a mantinham presa

Clarissa Monteagudo - Extra
Dois novos depoimentos podem revelar que a morte de Suzana Silva Magalhães, de 20 anos, foi resultado de uma trama familiar macabra. Na madrugada de domingo, a irmã gêmea da jovem, Ana Paula Magalhães, revelou na 25ª DP (Engenho Novo) que ela foi morta em sessão de tortura e estava sendo mantida em cárcere privado no último ano pela mãe, com o conhecimento dos tios.

Pela manhã, policiais prenderam a tia de Suzana, Vera Regina da Rocha Cesar, de 46 anos. Ela teria confessado que o crime já vinha sendo planejado há tempos pela própria mãe da vítima, Maria Glória Silva, de 44, e por Silvio da Costa Silva, de 43, marido de Vera e tio da jovem.

Segundo a irmã, Suzana morrera com requintes de crueldade. Ela teria sido obrigada pela mãe e pelo tio a ingerir 30 comprimidos para diabetes e outros cinco ainda não identificados. Os dois também teriam injetado 45 ml de insulina no corpo da jovem, e a forçado a cheirar cocaína e beber vinho. Como a sobrinha continuava viva, Silvio teria decidido asfixiá-la com o edredom.

Ana Paula afirma que todo o ritual foi descrito a ela por Maria Glória. Na versão contada, o tio também teria obrigado Suzana a comer as luvas que escondiam ferimentos nas mãos. Ele a espancaria com frequência.

- A Vera disse que Silvio e Maria Glória diziam que Suzana sabia de algo que, se revelado, poderia trazer uma desgraça para eles - contou o delegado Márcio Esteves.

Na delegacia, a irmã afirmou ainda que Suzana perdera a virgindade num estupro cometido pelo tio. Ela ficaria calada porque o mesmo a ameaçaria, já que ajudava financeiramente a família. Com base no relato de Ana, a polícia investigou se as sessões espíritas comandadas por Vera na casa tinham relação com a tortura, hipótese negada pela tia.

Morte anunciada
Segundo Vera, Maria Glória e Sílvio disseram segunda-feira que matariam Suzana. A tia diz que não concordou, e saiu de casa. Só teria voltado à noite, quando lhe disseram que Suzana dormia. Pela manhã, os ouviu combinando a ocultação do corpo. Os três responderão por tortura, homicídio duplamente qualificado, cárcere privado e tráfico.

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