sexta-feira, 11 de março de 2011

'Ainda não podemos dizer que não houve vítimas brasileiras', diz embaixador no Japão

POR PEDRO DE FIGUEIREDO

Rio - O embaixador do Brasil no Japão, Marcos Galvão, confirmou que não ainda não há registro de nenhum brasileiro que tenha sido ferido ou morto no terremoto que atingiu o Japão nesta sexta-feira. Segundo o diplomata, apesar do número de brasileiros no país beirar os 350 mil, apenas 800 estariam nas regiões atingidas pelos tremores.

             

No entanto, Galvão disse que a situação ainda não é de tranquilidade no país asiático. Segundo ele, como os dados são parciais, não se pode confirmar que não houve vítimas brasileiras.

"Não posso dizer que o quadro é tranquilo até que os dados sejam finais. Isso porque as áreas fortemente atingidas permanecem isoladas e não tem ainda como se saber se houve vítimas", afirmou.

Foto: EFE

Cenário de caos e destruição na região de Iwaki | Foto: EFE

Em Tóquio, a embaixada funciona em esquema de plantão. Como a diferença do Brasil para o Japão são de 12 horas, os funcionários da sede brasileira no país permaneceram a madrugada trabalhando para atender as demandas de familiares brasileiros e receber informações oficiais do governo japonês.

"Temos sido procurados sobretudo por familiares no Brasil. Não há informações ainda de brasileiros mortos ou feridos com o terremoto. Esta informação é corroborada pelos dados do Ministério das Relações Exteriores do Japão que informa que ainda não foram regstradas vítimas estrangeiras", disse o embaixador.

Sobre o retorno ao Brasil dos brasileiros que residem nas áreas atingidas, o embaixador disse que se trata de uma decisão pessoal. Apesar da instabilidade ser um fato comum no país, ele afirmou que nunca houve um terremoto de proporções tão grandes. Isso poderia levar alguns brasileiros a voltarem ao país natal.

Embaixador deixa mensagem para famílias no Brasil

Ao fim da entrevista, o embaixador Marcos Galvão deixou uma mensagem para as famílias brasileiras com parentes no país asiático. Ele pediu tranquilidade.

"A mensagem é para que as famílias não se assustem, pois os brasileiros poderão estar encontrando dificuldades de telefonia, sobretudos nas áreas mais atingidas. O terremoto ocorreu no horário de volta do trabalho e como a rede ferroviária só voltou a funcionar no meio da madrugada [meio da tarde no Brasil], eles podem estar apenas com o telefone celular e voltando para a casa no momento", finalizou.

Foto: EFE

Uma refinaria de petróleo pegou fogo depois do abalo sísmico | Foto: EFE

Terremoto deixa milhares de mortos, feridos e desaparecidos

Um terremoto atingiu nesta sexta-feira a costa nordeste do Japão e deixou milhares de mortos, feridos e desaparecidos. De acordo com a Agência Geológica dos EUA (USGS), o abalo foi de 8,9 graus na escala Richter, que vai até nove. O potente tremor, que sacudiu edifícios em Tóquio, foi seguido por duas réplicas, ambas de 6,4 graus, informou o USGS em seu site.

O terremoto teve epicentro no Oceano Pacífico, a 130 km da península de Ojika, e a uma profundidade de dez km, na mesma região onde há dois dias ocorreu um tremor de 7,3 graus que não deixou danos. O sismo ocorreu às 14h46 da hora local (2h46 de Brasília) e alcançou 7 graus na escala japonesa - o nível máximo.

A Polícia de Miyagi, uma das províncias afetadas, informou que há "vários feridos" na região devido ao terremoto, segundo a agência local Kyodo. A emissora de TV local NHK transmitiu imagens que mostram colunas de fumaça saindo de edifícios na ilha de Odaiba, na baía de Tóquio.

A Agência Meteorológica do Japão emitiu um alerta de alto risco de tsunamis, com ondas de até seis metros em Miyagi e de até três metros em Iwate, onde os habitantes que se encontram perto do litoral foram orientados a se dirigir para terrenos elevados.

A mesma recomendação foi lançada nas províncias de Fukushima, Ibaraki e Aomori, além da costa da província de Chiba, contígua a Tóquio. Na capital japonesa, o terremoto, um dos mais fortes dos últimos anos, disparou os alarmes dos edifícios e fez com que as pessoas saíssem assustadas às ruas, ao tempo que interrompeu as linhas de telefonia celular.

Terremoto paralisa trem-bala e aeroportos

Os serviços do "Shinkansen", o trem-bala do Japão, e os dois aeroportos de Tóquio ficaram temporariamente paralisados após o terremoto. Segundo a agência Kyodo, o aeroporto internacional de Narita suspendeu temporariamente suas atividades para analisar se há danos nas pistas, enquanto o de Haneda, mais próximo ao centro, também fechou.

A rede do "Shinkansen", que conecta as principais metrópoles, ficou suspensa nas regiões afetadas, enquanto as autoridades japonesas enviaram um avião das Forças Aéreas para avaliar os danos causados pelo tremor.

Duas usinas nucleares na província oriental de Fukushima, no litoral do Pacífico, também estão paralisadas pelo terremoto, que disparou os alarmes em grande parte do território japonês, incluindo Tóquio.

'Anel de fogo do Pacífico'

O Japão, situado no "anel de fogo do Pacífico", sofre frequentes terremotos, que raramente causam vítimas devido às rígidas normas de construção vigentes no país.

Após o terremoto que ocorreu há dois dias, a Agência Meteorológica japonesa advertira que durante uma semana poderia haver réplicas, embora tenha sido estimado que a intensidade máxima seria de 4, pela escala japonesa.

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