terça-feira, 29 de março de 2011

Moradores de Magé enfrentam epidemia de dengue

Quase 90% das mortes por doença este ano foram na Região Metropolitana.
Há pessoas com dengue em quase todas as casas de rua no distrito de Suruí.

Do RJTV

Quase 90% das mortes provocadas pela dengue este ano foram na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Segundo a Secretaria estadual de Saúde, três municípios da Baixada Fluminense – Guapimirim, Seropédica e Magé – já vivem uma epidemia de dengue.

Mais três municípios da Região Metropolitana também têm taxas de transmissão da doença consideradas muito altas – Itaboraí, Nilópolis e Maricá –, mas a Secretaria estadual de Saúde ainda não considera epidemia.

Casos suspeitos da doença chegam a todo momento ao Hospital municipal de Magé. São tantos pacientes com os mesmos sintomas que um ambulatório específico foi aberto há um mês no hospital.

“Dor de cabeça, febre, enjoo, dor na barriga”, enumera os sintomas a estudante Suellen Martins, de 14 anos, que não aguenta ficar em pé, enquanto aguarda atendimento na unidade.

“O tratamento tá acontecendo, mas a prevenção da dengue em si, não”, alerta a analista de RH Elisangela Machado.

Perigo na vizinhança

Já a dona de casa Maria do Carmo conta que encontraram focos de dengue no quintal do vizinho. Enquanto outra dona de casa diz que o foco perto da casa dela pode estar em um ferro-velho. “Aonde eu moro tem um depósito de lixo, de ferro-velho, a gente conversa com o dono ele diz que não pode fazer nada...”, reclama Daniela Moreira.

A preocupação de Daniela, que vive no distrito de Suruí, tem fundamento. A filha dela, de 14 anos, está com suspeita de dengue. Na casa da irmã, que fica no mesmo terreno, seis pessoas tiveram a doença nos últimos 15 dias. Na vizinhança, a situação não é diferente: varia de três a seis vítimas do aedes aegypti em cada casa na mesma rua.

O que causa tanto temor nestes moradores está em um depósito que fica do outro lado da rua. Tudo fica exposto ao tempo: garrafas, recipientes que armazenam água da chuva, objetos que se transformam em locais ideais para a proliferação do mosquito.

A responsável pelo depósito, no entanto, diz que agentes de saúde já estiveram no local no dia 23 de março e não encontraram nada. “Não tem perigo porque o material entra e sai”, garante Vivian Tavares, ao ser questionada se não acha perigoso o atual estado do depósito.

No mesmo distrito de Suruí também há muitos terrenos baldios, que acumulam lixo e perigo.

“Eu acho que devia ter mais fiscalização, as pessoas deviam ter mais cuidado. Eu, no meu caso, tô grávida, de dois meses, eu fico apavorada de pegar dengue e acontecer alguma coisa”, disse, preocupada, a dona de casa Euciane Pereira.

G1 - Luta contra a dengue

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