sexta-feira, 11 de março de 2011

Brasileiro relata que região atingida por tsunami sofre com falta de comunicação

São Paulo - A região da cidade de Sendai, no nordeste do Japão, atingida na madrugada desta sexta-feira por um tsunami, enfrenta problemas de comunicação e transportes.

De acordo com o brasileiro Maurício Haitai, que mora no país asiático há 19 anos e que tem parentes na região mais afetada pela tragédia, a situação é crítica.

“Em termos de comunicação e transporte, está muito difícil. A situação de trânsito estava caótica. Eles conseguem se comunicar através de linha fixa de telefone para um celular, mas de celular para celular não conseguem falar”, disse ele, por telefone.

Foto: EFE

Região atingida por tsunami sofre com falta de comunicação | Foto: EFE

Os parentes de Haitai estão bem. Ele não obteve, até o momento, informações sobre vítimas brasileiras. No entanto, destaca que a região de Sendai tem uma comunidade brasileira expressiva. “Eu tenho amigos que trabalham na mídia aqui na região e em Tóquio e ainda não tivemos nenhuma informação de brasileiros. Mas eu sei que a região de Sendai, que teve o maior impacto, tem muitos brasileiros".

Haitai mora em Nagoya, cerca de 400 quilômetros do epicentro do terremoto, mas, mesmo assim, sentiu a terra tremer. “A gente sentiu bem aqui. Não foi uma coisa que abalou a estrutura, ou teve muitos estragos, mas todo mundo sentiu o terremoto. Foi um tremor longo. A maioria das pessoas se sentiu mal e pensou que estava tendo labirintite”. Nagoya, uma das cidades com maior presença de imigrantes brasileiros, já voltou à normalidade.

Terremoto deixa milhares de mortos e desaparecidos

O terremoto que atingiu nesta sexta-feira a costa nordeste do Japão deixou milhares de mortos, feridos e desaparecidos. De acordo com a Agência Geológica dos EUA (USGS), o abalo foi de 8,9 graus na escala Richter, que vai até nove. O potente tremor, que sacudiu edifícios em Tóquio, foi seguido por duas réplicas, ambas de 6,4 graus, informou o USGS em seu site.

O terremoto teve epicentro no Oceano Pacífico, a 130 km da península de Ojika, e a uma profundidade de dez km, na mesma região onde há dois dias ocorreu um tremor de 7,3 graus que não deixou danos. O sismo ocorreu às 14h46 da hora local (2h46 de Brasília) e alcançou 7 graus na escala japonesa - o nível máximo.

A Polícia de Miyagi, uma das províncias afetadas, informou que há "vários feridos" na região devido ao terremoto, segundo a agência local Kyodo. A emissora de TV local NHK transmitiu imagens que mostram colunas de fumaça saindo de edifícios na ilha de Odaiba, na baía de Tóquio.

A Agência Meteorológica do Japão emitiu um alerta de alto risco de tsunamis, com ondas de até seis metros em Miyagi e de até três metros em Iwate, onde os habitantes que se encontram perto do litoral foram orientados a se dirigir para terrenos elevados.

A mesma recomendação foi lançada nas províncias de Fukushima, Ibaraki e Aomori, além da costa da província de Chiba, contígua a Tóquio. Na capital japonesa, o terremoto, um dos mais fortes dos últimos anos, disparou os alarmes dos edifícios e fez com que as pessoas saíssem assustadas às ruas, ao tempo que interrompeu as linhas de telefonia celular.

Terremoto paralisa trem-bala e aeroportos

Os serviços do "Shinkansen", o trem-bala do Japão, e os dois aeroportos de Tóquio ficaram temporariamente paralisados após o terremoto. Segundo a agência Kyodo, o aeroporto internacional de Narita suspendeu temporariamente suas atividades para analisar se há danos nas pistas, enquanto o de Haneda, mais próximo ao centro, também fechou.

A rede do "Shinkansen", que conecta as principais metrópoles, ficou suspensa nas regiões afetadas, enquanto as autoridades japonesas enviaram um avião das Forças Aéreas para avaliar os danos causados pelo tremor.

Duas usinas nucleares na província oriental de Fukushima, no litoral do Pacífico, também estão paralisadas pelo terremoto, que disparou os alarmes em grande parte do território japonês, incluindo Tóquio.

'Anel de fogo do Pacífico'

O Japão, situado no "anel de fogo do Pacífico", sofre frequentes terremotos, que raramente causam vítimas devido às rígidas normas de construção vigentes no país.

Após o terremoto que ocorreu há dois dias, a Agência Meteorológica japonesa advertira que durante uma semana poderia haver réplicas, embora tenha sido estimado que a intensidade máxima seria de 4, pela escala japonesa.

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