domingo, 6 de março de 2011

Lavínia seria assassinada em favela

Priscilla Souza

A assassina da menina Lavínia Azeredo de Oliveira teria escolhido na última hora o Hotel Municipal, no Centro de Duque de Caxias, como o local do crime. O trajeto percorrido de ônibus por Luciene Reis Santana — após o sequestro — levou a polícia a acreditar que, inicialmente, a ideia da criminosa não era matar a menina no hotel, mas, provavelmente, na Favela do Lixão, que fica a um quilômetro de distância.

Luciene presa na 60ª DP / Foto: Bruno Gonzalez

Câmeras de segurança confirmam que Luciene passou pelo hotel — onde há um ponto de ônibus — e não desceu. As imagens mostram, às 5h50m, a amante do pai de Lavínia descendo do ônibus com a menina 600 metros a frente, próximo a uma agência do Banco do Brasil. O local fica a cerca de 400 metros da Favela do Lixão.

A polícia considera a possibilidade de que Luciene ter se assustado com a intensa movimentação de pessoas nos arredores. Temendo ser descoberta, a amante teria desistido de matar a menina na favela e seguido para o Hotel Municipal, onde entrou às 6h45m.

Em busca de cúmplice

Em depoimento à polícia, Luciene Santana teria afirmado ter sido ajudada por um cúmplice. A polícia investiga se a pessoa que ajudou a assassina é alguém que conhece a casa e tinha a confiança de Lavínia.

— Em tese, todos que estavam na casa devem ser investigados — afirmou o delegado Luciano Zahar, da 60 DP (Campos Elíseos).

Dados de sigilos telefônico e bancário da família, solicitados pela polícia, devem ser decisivos para apontar quem ajudou Luciene a sequestrar Lavínia sem que ninguém percebesse.

Hotel reabre, mas o quarto número 6 segue vazio

Ontem, peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) voltaram ao quarto de número 6 do Hotel Municipal, no Centro de Duque de Caxias, onde a menina Lavínia Azeredo de Oliveira, de 6 anos, foi morta na última segunda-feira. O objetivo era colher novas provas que possam auxiliar a polícia na investigação do caso.

Apesar de a assassina confessa, Luciene Reis Santana, estar presa na Polinter de Magé, o inquérito ainda não foi concluído, porque os agentes investigam a participação de uma segunda pessoa no crime. Depois do fim da perícia, o quarto voltou a ser lacrado, mas o hotel abriu as portas.

O EXTRA esteve no local e constatou que é possível Luciene ter passado com Lavínia pela recepção sem que a atendente notasse a presença da menina. Sentada, a recepcionista fica a uma altura abaixo do balcão, que é bastante alto, sendo possível ver apenas o rosto e parte dos ombros de um cliente adulto.

Um espelho está posicionado na entrada da recepção para permitir que a atendente veja quem sobe pela escada. No entanto, existe um ponto cego. Se a pessoa subir próximo à parede, consegue ficar fora do campo de visão da recepcionista.

A cama do quarto número 6 — utilizado pela assassina — é de alvenaria. Trata-se de uma espécie de caixa, construída com tijolos e revestida de azulejos. Por cima, é colocada uma grade, onde o colchão fica apoiado.

No buraco formado pela cama — entre a grade e o chão —, o corpo de Lavínia ficou durante dois dias escondido, sem que os funcionários percebessem.

Casos de Polícia - Extra Online

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