Segundo órgão, parlamentares tomaram uma decisão "às pressas".
Corregedoria da Alerj vai analisar se houve quebra de decoro parlamentar.
Do G1, no Rio, com informações da TV Globo
A Ordem dos Advogados do Brasil reagiu à decisão do plenário da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj) que por 40 votos a 15, considerou ilegal a prisão em flagrante do deputado Álvaro Lins.
Segundo o conselheiro federal do órgão, Cláudio Pereira de Souza Neto, os parlamentares se precipitaram.
“Foi uma decisão tomada às pressas sem exame detido, cuidadoso dos fatos que levaram o juiz a decretar a prisão.”, ele disse.
Na manhã deste sábado (31), os porteiros do prédio, onde Álvaro Lins mora, em Copcabana, não diziam sequer se o ex-chefe de polícia civil estava em casa. O deputado ficou preso menos de 36 horas. Ele foi solto no fim da tarde de sexta, 40 minutos após a Alerj ter votado pela ilegalidade da prisão.Lins foi um dos 16 denunciados pelo Ministério Público Federal à Justiça sob a acusação de formação de quadrilha, corrupcão e lavagem de dinheiro.
As denúncias contra o deputado ainda Garotinho nega qualquer envolvimento em crimes e diz que é vítima de perseguição.
Os investigadores afirmam que o ex-chefe de polícia civil Álvaro Lins comandava a organização e usava a estrutura da corporação para cometer crimes: corrupção, lavagem de dinheiro e facilitação de contrabando. Ele mantinha dois grupos de auxiliares nas ações criminosas.
Na polícia, três inspetores, Jorge Luiz Fernandes, Hélio Machado da Conceição e Fábio Menezes de Leão, seriam os operadores do esquema dentro das delegacias. Eles faziam o contato com os donos de caça-níqueis e empresários para, segundo a denúncia, extorquir dinheiro.
A ex-mulher do deputado e o sogro dele, Francis Bullos, foram denunciados por ajudar na lavagem do dinheiro recebido de propinas. Foram presos ainda o delegado Ricardo Hallack, que sucedeu Lins na chefia de polícia, e o policial que trabalhava com ele, Alcides Campos Ferreira.
Gravações telefônicas feitas com autorização da Justiça revelam como Álvaro Lins conseguia vantagens. Num dos trechos, o deputado fala com o advogado Sérgio Mazzillo. O assunto era passar para o nome de um homem morto o apartamento onde o deputado mora, avaliado em mais de R$ 1 milhão de reais. O morto seria o avô da atual mulher de Lins.
Mazzillo: “Você traz o nome do falecido e, se possível, onde tramitou o inventário. Foi aqui no Rio?”
Álvaro Lins: “Eu acho que foi.”
Mazzillo: “Tá. Aí, a gente vai desarquivar, que vai ser essencial àquela minha idéia, onde eventualmente a gente vai se agarrar, viu?”
O advogado não foi encontrado. Já o advogado Ubiratan Guedes, que defende Álvaro Lins, disse que ele responderá a todas as acusações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário