sábado, 31 de maio de 2008

OAB critica decisão da Alerj de revogar a prisão de Lins

Segundo órgão, parlamentares tomaram uma decisão "às pressas".
Corregedoria da Alerj vai analisar se houve quebra de decoro parlamentar.

Do G1, no Rio, com informações da TV Globo

A Ordem dos Advogados do Brasil reagiu à decisão do plenário da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj) que por 40 votos a 15, considerou ilegal a prisão em flagrante do deputado Álvaro Lins.
Segundo o conselheiro federal do órgão, Cláudio Pereira de Souza Neto, os parlamentares se precipitaram.
“Foi uma decisão tomada às pressas sem exame detido, cuidadoso dos fatos que levaram o juiz a decretar a prisão.”, ele disse.
Na manhã deste sábado (31), os porteiros do prédio, onde Álvaro Lins mora, em Copcabana, não diziam sequer se o ex-chefe de polícia civil estava em casa. O deputado ficou preso menos de 36 horas. Ele foi solto no fim da tarde de sexta, 40 minutos após a Alerj ter votado pela ilegalidade da prisão.

Lins foi um dos 16 denunciados pelo Ministério Público Federal à Justiça sob a acusação de formação de quadrilha, corrupcão e lavagem de dinheiro.

As denúncias contra o deputado ainda Garotinho nega qualquer envolvimento em crimes e diz que é vítima de perseguição.
Os investigadores afirmam que o ex-chefe de polícia civil Álvaro Lins comandava a organização e usava a estrutura da corporação para cometer crimes: corrupção, lavagem de dinheiro e facilitação de contrabando. Ele mantinha dois grupos de auxiliares nas ações criminosas.
Na polícia, três inspetores, Jorge Luiz Fernandes, Hélio Machado da Conceição e Fábio Menezes de Leão, seriam os operadores do esquema dentro das delegacias. Eles faziam o contato com os donos de caça-níqueis e empresários para, segundo a denúncia, extorquir dinheiro.
A ex-mulher do deputado e o sogro dele, Francis Bullos, foram denunciados por ajudar na lavagem do dinheiro recebido de propinas. Foram presos ainda o delegado Ricardo Hallack, que sucedeu Lins na chefia de polícia, e o policial que trabalhava com ele, Alcides Campos Ferreira.
Gravações telefônicas feitas com autorização da Justiça revelam como Álvaro Lins conseguia vantagens. Num dos trechos, o deputado fala com o advogado Sérgio Mazzillo. O assunto era passar para o nome de um homem morto o apartamento onde o deputado mora, avaliado em mais de R$ 1 milhão de reais. O morto seria o avô da atual mulher de Lins.
Mazzillo: “Você traz o nome do falecido e, se possível, onde tramitou o inventário. Foi aqui no Rio?”
Álvaro Lins: “Eu acho que foi.”
Mazzillo: “Tá. Aí, a gente vai desarquivar, que vai ser essencial àquela minha idéia, onde eventualmente a gente vai se agarrar, viu?”
O advogado não foi encontrado. Já o advogado Ubiratan Guedes, que defende Álvaro Lins, disse que ele responderá a todas as acusações.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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