sábado, 3 de maio de 2008

Dança do Créu no tribunal

Extra

MC Sérgio Costa, o MC Creu

RIO - A "Dança do Créu" pode parar na Justiça e a disputa promete ser mais difícil do que a coreografia na última velocidade da música. Conforme adiantou a coluna de Ancelmo Góis, no jornal "O Globo", o DJ Sérgio Costa, o MC Créu, decidiu processar sua ex-dançarina Andressa Soares, a Mulher Melancia, por usar a música sem autorização nas apresentações dela em carreira solo. Qual a sua opinião sobre o caso?

Hoje, MC Créu deve reunir-se com o seu advogado, Nehemias Gueiros Júnior, para acertar os detalhes do início do processo.

No entanto, antes de entrar com uma ação, Nehemias pretende chamar Andressa, na semana que vem, para tentar um acordo sobre direitos autorais.

- Nossa intenção não é entrar com uma ação judicial, mas o acordo só existirá se ela (Andressa) pagar o que já usou da música e pelo que ainda pretende utilizar - explicou o advogado.

Dívida de R$ 200 mil

Pelos cálculos de Nehemias, a Mulher Melancia já deve cerca de R$ 200 mil pela utilização da música em programas de televisão de grande audiência e visibilidade nacional.

Caso não ocorra um acordo entre os dois, MC Créu decidirá por um processo judicial que pedirá a suspensão da utilização da música e uma indenização no mesmo valor de R$200 mil.

- A visibilidade nacional foi o que incomodou o meu cliente, já que ela, em nenhum momento, pediu autorização para usar a música - justificou Nehemias Gueiros.'

Por meio de sua assessoria de imprensa, a dançarina informou que não tomou conhecimento da decisão de MC Créu de processá-la.

Brigas internas

O desentendimento entre os dois começou quando a Mulher Melancia foi convidada pela revista "Playboy" para posar nua. A dançarina teria começado a faltar shows para dedicar-se à proposta da publicação, e depois decidiu sair em carreira solo. Após o sucesso da edição avulsa da revista, Andressa passou a dar entrevistas em programas de TV e também foi convidada a posar nua outra vez na revista.

Um comentário:

Anônimo disse...

MEU AMIGO LEIA COM ATENÇÃO!

JÁ SÃO DUAS REPORTAGENS SOBRE O TENENTE ESSA SEMANA NO JORNAL O DIA
‘É só deixar a gaveta da mesa aberta’

Tenente que prendeu dois PMs na Perimetral já foi alvo de propostas por parte de corruptos


Gustavo de Almeida


Rio - O diálogo dentro de um posto do Batalhão de Policiamento de Vias Especiais (BPVE) não sai da memória do oficial da PM.
—Tenente Ludwig, posso falar com o senhor?
—Pois não, cabo.
—Pode ser no gabinete?
—Sim. Me acompanhe.
Ludwig faz menção de deixar a porta aberta. O cabo estica o braço e se antecipa:
—Posso fechar a porta?
—Se quiser, pode — diz Ludwig, estendendo a palma da mão em direção à porta.
—Tenente, o senhor promete que não vai me prender? Eu preciso falar com o senhor, mas só se o senhor prometer não me prender.

Contrariado, Ludwig responde que não vai prender. Mas não diz mais nada.
—Tenente, é o seguinte: o senhor precisa deixar o pessoal trabalhar. O senhor não vai estar cometendo crime nenhum. O senhor não acha que merece almoçar melhor, não merece comer numa churrascaria bacana, em vez de comer marmita ou no rancho? Aqui a gente sempre almoçou assim.
—Cabo, eu não estou lhe entendendo.
—Tenente, entenda: é só o senhor não ver tanto. Uma vez por mês, o senhor deixa a porta do seu gabinete aberta. Deixa a gaveta da escrivaninha aberta também. O pessoal já entendeu que R$ 1 mil por semana não dá. A gente já entendeu que R$ 2 mil também não dá. Quanto o senhor precisa? De R$ 6 mil por semana?

O gaúcho de Santana do Livramento, que começou a trabalhar aos 9 anos em uma marcenaria e aos 11 já era responsável por pagar os outros funcionários, sentiu a vista escurecer. Os nervos fizeram o corpo todo tremer. Os dentes se cerraram. A voz ficou mais alta e o gesto do dedo indicador apontado na direção do oponente se repetiu:
—Eu tenho palavra. Prometi que não vou te prender e infelizmente tenho de cumprir. Mas arruma tuas coisas agora. Saia daqui desta unidade. Tu não serves mais comigo. Nem aqui e nem em lugar nenhum onde eu esteja.

Não prender o cabo na hora foi algo que doeu. Mas os números levantados na época atenuam o sentimendo de Carlos Frederico Ludwig Neto, tenente da PM desde 2002, depois de ter sido auxiliar de marcenaria, estudante de Medicina no Uruguai, caroneiro de estrada, peregrino de Nossa Senhora de Aparecida e até morador de rua da Zona Sul do Rio. “Naquela época, fizemos um levantamento e descobrimos que havia cerca de 800 disque-denúncias por mês”, conta Ludwig.

Na noite de segunda-feira, quando voltava para casa, Ludwig flagrou dois caminhoneiros sendo achacados pelo cabo Paulo César Teixeira e o sargento Rubens José da Silva Machado, do Módulo Operacional de Vias Especiais, no Elevado da Perimetral. Os dois, que recebiam R$ 100 dos caminhoneiros, por instinto, ainda esboçaram reagir. O caso teve tanta repercussão que na quarta-feira à noite o Boletim Ostensivo da Corporação já publicava a solução do processo administrativo (que em geral leva meses para sair): os dois policiais seriam submetidos a Conselho de Disciplina.

‘TENENTE, ABAIXA A ARMA OU VOCÊ VAI MORRER’

Na Inspetoria, o trabalho era quase full time. Em uma madrugada de dia útil, seguia para o local de uma denúncia quando passou em frente à Ceasa de Irajá, de carro, com mais dois companheiros. Fez um retorno para pegar o viaduto, o trânsito estava ruim às 4h.

Estranhou. “Pode ser bloqueio”, disse. “Pode ser bandido”, respondeu um companheiro. Àquela altura, o Rio já tinha falsas blitzes. Era o ano de 2005. Viu o motorista de um caminhão entregando uma nota a um policial.

—Corregedoria! Todo mundo parado!”, gritou, ao desembarcar com os dois companheiros. Três policiais apontaram armas. Já conheciam Ludwig.
—Tenente, abaixa a arma que você vai morrer, tenente. Abaixa a p. da arma que você vai morrer.
—Ninguém abaixa! Ninguém abaixa a arma! — gritava para os outros dois.
Um movimento brusco e Ludwig consegue pegar um dos policiais pelo braço, dá a volta e o envolve com uma gravata. E coloca a pistola na cabeça de um dos policiais, fazendo-o de refém.
—Abaixa a arma senão ele é o primeiro a morrer!

Os outros se entregam. Nas duas viaturas da PM, quilos e mais quilos de verduras, legumes e frutas, tiradas dos caminhoneiros da Ceasa. Fora o dinheiro.

O gaúcho típico conta que veio de Porto Alegre de carona e chegou ao Rio em 26 de junho. No dia seguinte, o Juventude — time do Rio Grande — empatava em 0 a 0 com o Botafogo e ganhava a Copa do Brasil no Maracanã. Católico devoto, acha que a igreja não deveria ter excluído os preceitos do Espiritismo, que estuda e admira. Tem várias manias, entre elas a de cantar modinhas gaúchas e a de falar alto. E se revela um ciumento. “Mulher, sabonete, religião, CD, tropa e espaço físico, disso tudo eu tenho ciúme”, costuma dizer.

OFICIAL OCUPOU SEMPRE CARGOS ESPINHOSOS

O tenente Ludwig tem apenas seis anos na PM, mas sempre esteve em funções sujeitas a polêmicas. Atualmente, está no 2º Comando de Policiamento de Área em Bangu. Mas começou no Grupamento de Estádios, passou pela Inspetoria Geral das Polícias, Batalhão de Policiamento de Vias Especiais e Batalhão Ferroviário. Fez parte também do projeto Voluntários da Paz.

Serviu ainda no 14º BPM (Bangu), logo depois de serem presos 72 PMs pela Polícia Federal. Lá, sentiu na pele o que o ‘aspira’ Neto, do filme ‘Tropa de Elite’, passa ao chegar em uma oficina da PM. “Havia três viaturas rodando. O resto, tudo ‘baixada’. O blindado quebrado. Orçaram o conserto em R$ 8 mil. Fiz por R$ 1.260. E consertei as viaturas.”