quinta-feira, 29 de maio de 2008

Na caça de Pitbull, polícia acha instrumentos cirúrgicos na Mangueira - Extra Online

 

Camilo Coelho - Extra

RIO - A polícia voltou na quarta-feira ao Morro da Mangueira para prender Leandro Monteiro Reis, o Pitbull. Ele levou três tiros na última segunda-feira durante operação policial . Apesar de não encontrar o chefe do tráfico na favela, os policiais descobriram mais rastros do chefão. Em uma casa no Morro dos Telégrafos, homens da Delegacia Anti-Seqüestro (DAS) apreenderam material cirúrgico que teria sido usado no atendimento ao traficante.

Os policiais foram checar a informação de que Pitbull estava sendo medicado em uma casa de dois andares, onde mora uma enfermeira. No local estava apenas uma senhora, mãe da enfermeira.

- A gente tinha uma informação sobre a localização do Pitbull, mas não conseguimos encontrá-lo. Soubemos que ele estaria sendo atendido por uma enfermeira, na Mangueira - explicou o delegado Marcos Reimão.

O material encontrado na casa da enfermeira foi levado para a DAS e será analisado.

Segundo a investigação dos policiais, a mulher trabalharia para médicos como instrumentadora. Ela não estaria empregada em nenhum hospital ou clínica.

A movimentação dos policiais chamou a atenção de moradores da Rua Henrique de Mesquita, um dos acessos ao Morro dos Telégrafos. Alguns reclamaram da ação, acusando os policiais de violência.

As equipes chegaram na Mangueira às 16h. Houve intenso tiroteio entre traficantes e policiais que estavam no helicóptero Águia. A DAS teve apoio de homens da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core) e da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF).

Na localidade conhecida como Largo do Pedregulho, um homem ainda não identificado foi baleado após trocar tiros com agentes da Core. Segundo os policiais, ele estava com uma pistola, que foi apreendida. O homem, que segundo a polícia seria traficante, foi socorrido para o Hospital Souza Aguiar, no Centro. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu. Pitbull foi baleado durante uma operação da 21ª DP (Bonsucesso) na madrugada de segunda-feira. O traficante levou três tiros, um deles na mão direita, perdendo três dedos.

Contabilidade mostra poder financeiro

Durante a operação da última segunda-feira, policiais da 17ª DP (São Cristóvão) encontraram na casa de Pitbull três cadernos com a contabilidade da quadrilha. Os registros contábeis mostram que no dia 11 de abril a Mangueira recebeu um carregamento de duas toneladas de maconha (chamada de "erva"), avaliada em R$ 900 mil. A droga foi distribuída para traficantes com três apelidos: "porco", "pato" e "olho azul".

Um outro traficante, que também aparece nos cadernos, foi identificado apenas como "Merr". No dia 19 de abril, ele retirou 100 quilos de maconha para vender. Uma semana depois, o bandido pego a mesma quantidade da droga. A contabilidade mostra também que $carregamento de 400 quilos, avaliado em R$ 180 mil, foi devolvido.

Na folha de "assuntos pendentes", no dia 5 de fevereiro, aparece uma dívida de R$ 7 mil com a caixinha da facção que controla o tráfico na Mangueira. A polícia está analisando os cadernos.

- Essa movimentação financeira mostra o poder da quadrilha - disse o inspetor Marco Carvalho, chefe do $de Investigações da delegacia de São Cristóvão.

Dentro do barraco encontrado na localidade conhecida como Elvis, os policiais encontraram uma foto do traficante Pitbull. Ele aparece ostentando um cordão de ouro, grosso, avaliado em aproximadamente R$ 18 mil. O cordão tinha um pingente com o mapa do Brasil. Também foram encontradas fotos de mulheres.

Na caça de Pitbull, polícia acha instrumentos cirúrgicos na Mangueira

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