sexta-feira, 30 de maio de 2008

Milícia pirata usava carteira falsa de PM


Polícia prendeu dois homens e matou outro que extorquiam em Caxias, onde quatro teriam morrido por se negar a pagá-los

Alex Martins

Rio - Policiais da 60ª DP (Campos Elíseos) trocaram tiros ontem com três homens que tentavam formar milícia para extorquir de comerciantes e moradores da localidade da Divinéia, em Campos Elíseos, em Caxias. Um deles morreu e dois foram presos. Um dos detidos falsificou a carteira de policial militar do pai para se fazer passar por PM no momento da intimidação. A polícia investiga, também, a participação do grupo na morte de pelo menos quatro pessoas que se teriam se recusado a pagar a taxa de segurança.
O líder do grupo era Sirlei Alvarenga Ferreira, 32 anos, apontado como chefe de grupo de extermínio, que foi morto por policiais durante o tiroteiro. “Sirlei armava milícia formada por bandidos e, possivelmente, pelo falso PM. Eles estariam cobrando de lojistas para se manter. Quem não pagava morria”, explicou o delegado titular Alexandre Ziehe. Investigadores do setor de Roubos e Furtos da 60ª DP convocarão os comerciantes para saber quanto cobravam e chegar a outros comparsas.

Sirlei respondia a pelo menos 18 assassinatos. Josué Abraão Chagas Souza fez cópia da carteira de PM de seu pai, o policial reformado Raymundo Conceição Souza, e pôs sua foto. “Só queria tirar uma onda com as garotas”, alegou Josué, que apresentou carteira como missionário de igreja evangélica na delegacia. O outro preso é Fabiano de França Souza, 24, sobrinho de Josué. Os dois negaram envolvimento com milícias.

SALVO POR FALHA DA ARMA

Policiais chegaram até os supostos milicianos após denúncia de comerciantes. Eles avisaram que três homens armados a bordo do Escort prata placa LBG-8073 ameaçavam lojistas e moradores da região. Dois policiais conseguiram abordar o veículo na Avenida São Paulo, em Campos Elíseos. Na revista, encontraram o revólver calibre 38. Enquanto eram algemados, Sirlei teria sacado outra arma e começado a atirar, segundo a versão dos policiais. Agente que participou da ação escapou por pouco: “Ele apertou o gatilho, mas o primeiro disparo, que seria certeiro no meu peito, falhou”.

O DIA Online

Nenhum comentário: