terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Novo comandante-geral da PM já recebe críticas por aceitar o cargo


Pitta assinou manifesto de oficiais que brigavam por melhores salários.
Presidente de associação de militares prevê "problema sério" para o chefe da corporação.
Aluizio Freire Do G1, no Rio

Antes da reunião de oficiais da Polícia Militar, que começou na noite desta terça-feira (29), na sede da Associação de Militares do Estado do Rio de Janeiro, no Centro, o presidente da entidade, coronel Dilson Ferreira Anaide, criticou a mudança de postura do coronel Gilson Pitta Lopes que aceitou o convite para assumir o cargo de comandante-geral da corporação.


Pitta é um dos nove coronéis da PM que assinaram, em julho de 2007, o manifesto dos Barbonos. O grupo, formado por profissionais de segurança pública no posto de coronel, criou o movimento com a proposta de resgatar a cidadania do policial militar, através de melhores salários e adequadas condições de trabalho. No documento, os integrantes se comprometem a não aceitar convite para ocupar o cargo de comandante-geral da corporação.


“Ele (Pitta) se comprometeu que, sob nenhuma hipótese, assumiria o comando. Agora, ele aceita o convite, concorda em exonerar os companheiros e ainda a abrir procedimento para investigar um ato que ele participou e apoiou sem nenhuma objeção”, disse Anaide.

“Creio que essa nomeação já traz um problema sério para o futuro comandante. Ele rasgou o compromisso da carta dos Barbonos”, acrescentou.

Mudança de posição

Durante entrevista coletiva, em que anunciou o nome do novo comandante-geral para substituir o coronel Ubiratan Angelo, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, disse que “certamente o coronel Pitta mudou de posição” e renunciou ao manifesto dos Barbonos.

Ao lado do Chefe da Inteligência, Edval Novaes, e o subsecretário operacional, Roberto Sá, Beltrame, que anunciou também mudanças na estrutura da corporação logo após o carnaval, disse que não vai permitir atos de insubordinação como a passeata realizada no Leblon, Zona Sul do Rio, liderada pelo ex-corregedor Paulo Ricardo Paúl, outro integrante dos Barbonos.

“Não vamos permitir que um grupo de pessoas intervenha em um trabalho sério realizado pela secretaria. Quantos policiais sofreram punições por atos menores do que essa caminhada? Fizeram esse ato à revelia do secretário, uma pessoa que estava ao lado deles. Essas pessoas, no mínimo, se precipitaram. E cometeram uma insubordinação. Existe um regulamento disciplinar que não permite isso. Também não vamos permitir que façam reivindicações fora do tom, usando sites e blogs”, concluiu o secretário.

Segundo a assessoria da Secretaria de Segurança Pública, embora admita que assinou o documento, o coronel Gilson Pitta afirma que nunca participou de passeata e que se afastou do movimento por discordar do rumo que os Barbonos estavam tomando.

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