Ivo Meirelles nega passagem do tráfico na quadra da Mangueira
Ex-presidente da bateria disse que comprou casa ligada ao camarote para zelador.
O compositor afirmou que se afastou da escola por incompatibilidade com diretoria.
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O compositor Ivo Meirelles, ex-presidente da bateria da Estação Primeira de Mangueira, negou, nesta quinta-feira (10) a existência de uma passagem secreta em uma das duas casas que ele comprou nos fundos da quadra e que tinha acesso ao camarote da bateria. Segundo ele, a casa servia de moradia para um zelador que cuidava dos camarotes.
“Estou muito incomodado em ver meu nome nas páginas policiais. Isso está tirando o meu sossego e destruindo a minha família”, disse a jornalistas convocados para uma coletiva, em sua casa, ao lado da escola, por sua assessoria de imprensa.
Ivo afirmou que, como presidente da bateria, se dedicou a ala de ritmistas “como ninguém havia feito”e que não conseguiu terminar seu trabalho por “incompatibilidades com a direção da escola”.
“Eles, a atual e antiga direção, nunca me apoiaram. As mudanças, as inovações que fiz, incomodaram e acabaram criando essas rusgas”. O compositor e integrante do grupo Funk’n Lata afirmou ainda que conseguiu recursos para construir os dois luxuosos camarotes - mobiliados com TVs de plasmas, aparelhos de DVDs e ar-condicionados - com a criação de uma comenda chamada “Amigos da Bateria”.
Com as contribuições, a partir de R$ 1,5 mil , o sócio ganhava uma carteirinha que dava acesso livre à escola por três catracas eletrônicas e outros privilégios, como a contratação da bateria para eventos. “Quem não quisesse doar em dinheiro, poderia contribuir de outra forma, como o cantor Belo que ofereceu seus shows para a escola”, disse. Ele lembrou que o diretor de Esportes da verde-e-rosa, Francisco de Carvalho, o Chiquinho da Mangueira, contribuiu com R$ 2 mil.
Ivo negou ainda que o traficante foragido Francisco Testas Monteiro, o Tuchinha, freqüentasse o camarote vip da bateria e que tenha visitado Alexander Mendes da Silva, o Polegar, apontado pela polícia como chefe do tráfico no Morro da Mangueira, no presídio. “Não posso apertar um botão e passar invisível. E sou uma pessoa que chama a atenção em qualquer lugar”, respondeu, em tom de ironia.
O compositor disse que aprecia charutos e vinhos, mas “não fuma, nunca se prostituiu e nunca se vendeu”. “Sei que sou um faveladozinho metido à besta, mas isso não é motivo para me envolver com o crime”, acrescentou.
O compositor afirmou que se for convocado a depor na delegacia vai repetir suas declarações, negando a existência da passagem secreta e que “não tem opinião formada” sobre as conseqüências do nome da Mangueira estar associado ao tráfico, mas que deseja boa sorte a escola.
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