quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Dora Bria morre em acidente de carro



Rio - Morreu na noite desta terça-feira em um acidente de carro a ex-campeã de windsurf Dora Bria. A ex-atleta, que já posou nua para as revistas Sexy e Playboy, vinha da cidade de Três Marias, Minas Gerais, para o Rio, e seu carro se chocou contra uma carreta e caiu de uma ribanceira.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Dora estava em uma caminhonete L200 com placa do Estado do Rio de Janeiro e bateu de frente com a carreta de Diadema, São Paulo. A colisão foi no km 256 da BR 040, perto de São Gonçalo do Abaeté (MG).

Ainda de acordo com a PRF, o acidente aconteceu por volta das 17h50 de terça-feira. Dora Bria morreu na hora. O enterro será realizado na quinta-feira, dia 24, no Cemitério do Caju,às 11h (de Brasília).

Veja fotos da ex-atleta

Confira a biografia disponível no site da ex-atleta:

Dora Bria é carioca da gema, nascida em clínica de Botafogo, passou sua infância e adolescência no Méier e Tijuca, bairros de classe média do Rio de Janeiro.

É filha de pai romeno, Vasile Bria, com descendência alemã, torneiro mecânico, imigrante durante a segunda guerra mundial, e de mãe brasileira, Dora Bria, mesmo nome, professora formada no tradicional instituto de educação, moradora de Vila Isabel e descendente de portugueses com libaneses.

Dora Bria tem apenas um único irmão, Mauro Bria quatro anos mais velho e por causa da forte admiração que ela mantinha por ele, acabou cursando mais tarde a mesma faculdade: Engenharia Química na UFRJ.

Sua paixão por praia e esportes vem desde criancinha e já nesta época costumava freqüentar a praia da Barra da Tijuca com a família.

Ela estudou no Colégio Marista São José no Alto da Boa Vista, famoso por rígida disciplina, mas que incentivava a prática de diversos esportes. Foi lá que ela tomou gosto pelo vôlei, sua primeira paixão esportiva! Foi titular do time do colégio e disputou vários torneios intercolegiais, sempre na equipe oficial dos 14 aos 18 anos. Treinou em clubes como Monte Senai e Tijuca Tênis, na vizinhança, sempre escondida da família que não via com bons olhos tanta dedicação ao esporte. Sua paixão pelo vôlei era tanta, que pegava ônibus escondido, para ir treinar.

Entrou em 1977 na Faculdade de Engenharia Química na UFRJ na Ilha do Fundão. Com horário integral, ficou mais difícil praticar seu adorado vôlei. Ela deixava até de almoçar varias vezes na semana e pegava carona, para ir treinar no ginásio da educação física na Ilha do Fundão onde estudava.

Passou a praticá-lo mais na praia da Barra da Tijuca nos finais de semana numa das primeiras redes de que se tem notícia por lá.

Junto com seu primeiro namorado aos 19 anos, Marcos Berredo, um colega do ex-colégio, e alguns amigos, montaram uma rede de vôlei de praia e batiam ponto todo final de semana. Ela já chamava muita atenção naquela época, pois não eram comuns mulheres praticarem esportes como vôlei de praia e jogarem duplas. A parceria com o namorado e a rede durou aproximadamente três anos.

Sem tempo, estudando muito, e tendo que depender de outras pessoas para fazer uma atividade esportiva nos finais de semana, ela acabou mudando gradualmente de esporte.

Até porque nesta época, de namorado novo, Eduardo Cestari Campos, uma antiga paixão platônica de infância (que prometeu procurá-la quando estivesse mais velho “pra namorar a sério”), compreendeu que não havia jeito de ensiná-lo a jogar vôlei, pois ele não levava o menor jeito e vivia se contundindo.

Então atendeu seus pedidos para aprender a velejar com ele. Tinham só os finais de semana para conviverem e moravam em bairros distantes. Ele já praticava a vela há anos e assim passariam mais tempo juntos, agora na água.

Primeiro aprendeu a velejar de barcos Laser e Hobbie Cat 14, na Lagoa de Araruama, que ela estava gostando muito. O namoro já estava quase no segundo ano, e um dia ela tomou coragem e resolveu ceder aos incessantes pedidos do namorado, e aceitar o desafio da outra modalidade de vela, que era o windsurf.

Ela tinha vergonha de “pagar mico”. Fato muito comum em quem se aventura neste esporte pela primeira vez. Achava “muito masculino” e de “muita força” e gostava mais do Hobbie Cat.

A primeira vez foi difícil e com muitas quedas, mas o saldo foi positivo! Foi paixão a primeira vista! O windsurf era o melhor deles!!! Desafiante, fascinante e individual e fazia mais exercício! Depois de jogar vôlei por oito anos era bom mudar e não ficar dependendo da vontade dos outros para se praticar o esporte preferido, como no caso do vôlei. Naquela altura ela não imaginava que este esporte se tornaria tão importante na sua vida.

Alguns amigos tentaram convencê-la, a correr regatas, ao presenciarem seu rápido aprendizado, mas ela não tinha a menor vontade de sair do condomínio da Lagoa e não via “sentido” em “competir”... Para ela o windurf, era um esporte maravilhoso, mas era apenas um hobbie de final de semana! Sua profissão era a engenharia química, da qual ela sim tinha muito orgulho!

E mesmo porque tinha dado um trabalho danado para conseguir cursar a faculdade! Ela estava se graduando! Chegou a hora do estágio e ela conseguiu o melhor que podia para a época, o da Petroquisa (subsidiária da Petrobrás). Sempre muito responsável, nunca repetiu nenhuma cadeira e se formou com coeficiente global de rendimento de 7.3. Mas na hora de ser efetivada no trabalho, o mais próximo que conseguiu foi o Pólo Petrolífero de Camaçari na Bahia...

Nesta época por coincidência se mudou com a família para a Barra da Tijuca.

Era o ano de 1983, e ela já dominava o esporte em águas calmas e começou a trazer a prancha para o Rio de Janeiro por incentivo do namorado, também engenheiro (BNDES), que a via angustiada por não conseguir um emprego a altura do seu currículo. Depois de um curto período, o antes tão prestativo namorado agora já dava sinais de que não queria que ela fosse muito mais longe no esporte. Afinal, ela havia evoluído muito sozinha e a lagoa de repente se tornara pequena para ela.

Um simples pedido de ida a Búzios treinar na praia de Geribá com ondas, ou um comentário do novo grupo de amigos da Barra, era motivo de discórdias e fazia literalmente o “tempo nublar”.

Estava perdendo sua liberdade e o relacionamento que já vinha se desgastando, já fazia três anos, piorou e terminaram.

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