terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Funcionários denunciam 'falso movimento de apoio' à prefeita de Magé



Rio - A prefeita de Magé, Núbia Cozzolino, promoveu uma manifestação em frente ao Palácio Anchieta, no Centro de Magé, Baixada Fluminense, nesta terça-feira. Cerca de 300 pessoas participaram do ato, muitos eram funcionários da prefeitura, que segundo eles, foram convocados sob pena de demissão.

Muitos chegaram em ônibus alugados. Outros, que denunciavam o esquema de coação, foram retirarados do local. Segundo alguns funcionários, todos tiveram que confeccionar os cartazes, utilizando material das escolas.

Revoltados, funcionários que denunciaram o “falso movimento de apoio”, como definiram o ato, trocaram acusações com os defensores da política nesta segunda. “Eles só estão aqui porque foram ameaçados. Os eleitores descontentes com a atual administração aplaudiram a polícia por livre e espontânea vontade (no dia da prisão de acusados de fraudes, quinta-feira). Os manifestantes de hoje foram trazidos em ônibus alugados”, revelou Anderson Dias, 36 anos, funcionário comissionado expulso da praça. Policiais do 34º BPM (Magé) tiveram que se chamados para evitar que ele sofresse agressões.

Ainda segundo alguns funcionários, foi pago nesta segunda-feira os salários dos funcionários, referentes aos meses de janeiro e fevereiro, que estavam atrasados. Na manifestação, Núbia disse ainda que vai liberar o de março em breve.

Núbia Cozzolino discursou por duas horas e disse que o Procurador-Geral de Justiça do Rio, Marfan Vieira, não tem competência para atuar no caso, já que as acusações são de desvio de verba federal. "O caso deveria ser investigado pelo Ministério Público Federal", disse.

Núbia afirmou diversas vezes que é inocente, que nunca roubou nada, mas está disposta a pagar pelo que for comprovado. Ela e os prefeitos de Santo Antônio de Pádua, Luís Fernando Padilha Leite (PMDB), e Aperibé, Paulo Fernando Dias (PMDB), o Foguetinho, são acusados de participar de um esquema de fraude em licitações públicas. Núbia e Foguetinho já teriam recebido de R$ 50 mil a R$ 100 mil.

A prefeita disse ainda que está sendo alvo de perseguição do Ministério Público e que não tem ligação alguma com a quadrilha acusada de corrupção. Em discurso inflamado, em cima de um carro de som, Núbia se considerou pobre a ponto de morar em casa de apenas um cômodo e de telhado.

A Polícia Militar reforçou o policiamento e cercou todo o local. Aos gritos de “Núbia, nós te amamos” e “Isso é manobra da oposição”, os manifestantes expulsavam quem tentava falar mal da prefeita.

PMDB adia decisão sobre expulsão de Núbia

A Executiva Regional do PMDB recuou nesta segunda-feira e remarcou para só depois do Carnaval a reunião que definirá a expulsão ou não de Núbia Cozzolino. O secretário-adjunto do partido, Carlos Alberto Muniz, enviou ofício ao Procurador-geral da Justiça, Marfan Vieira, solicitando informações sobre acusações de receber propina que pesam sobre ela.

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