Governo já quer expandir autoescola pública para Zona Oeste e Baixada

Aluno terá emprego garantido em empresas de ônibus

As aulas da autoescola pública que será instalada em Manguinhos só começam em 5 de outubro, mas o secretário estadual de Ciência e Tecnologia já promete expandir o projeto para a Baixada e para a Zona Oeste. Segundo Alexandre Cardoso, o plano é abrir mais duas unidades até o final do ano: uma em Campo Grande e outra em Duque de Caxias ou em Nova Iguaçu.

Uma parceria entre o Detran, a Faetec e a Fetranspor, a escola de Manguinhos vai funcionar no Centro Vocacional Tecnológico (CVT) e formará motoristas de ônibus e de transporte escolar. Os alunos não precisarão pagar nada. O calendário de inscrições ainda não foi definido.

A Fetranspor tem uma boa notícia para quem se tornar motorista de ônibus por meio do curso. Segundo Ana Rosa Bonilauri, uma das diretoras do órgão, todos os alunos deverão ser contratados no fim das aulas. Segundo ela, a autoescola servirá para diminuir o déficit de mais de dois mil motoristas de coletivo que há na Região Metropolitana do Rio.

- Com a expansão da cidade, a construção do Comperj e outros projetos urbanos, o mercado para condutores de ônibus está aquecido no Rio. Além disso, a capacidade de formação de profissionais ainda é insuficiente - explica Ana.

Como manda o Conselho Nacional de Trânsito (Contran), não basta apenas ter carteira de habilitação na categoria D para dirigir ônibus ou fazer transporte de estudantes. É preciso ainda ter um curso de especialização, que, até então, só era oferecido no Rio pelo Sest-Senat e por empresas conveniadas ao Detran-RJ. O custo fica em torno de R$ 120. Com a autoescola pública, a população poderá fazer de graça.

Serão 300 vagas ao todo: 175 para motoristas de ônibus e 125 para condutores de transporte escolar. A seleção será feita por sorteio. Como é profissionalizante, só pode fazer o curso quem está desempregado. Para se candidatar a uma vaga, o motorista deve ter no mínimo 21 anos e carteira na categoria D. Para provar que é bom motorista, o condutor não pode ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima e nem ter mais de uma infração média no último ano. Serão 50 horas de aula, e as turmas terão no máximo 25 pessoas.

Como os alunos já serão motoristas experientes, o foco dos treinos práticos será na reação deles em situações de estresse. Para isso, os instrutores contarão com um simulador eletrônico, parecido com um videogame, capaz de reproduzir todas as condições extremas de trânsito, como chuva, pouca luz e asfalto ruim. O simulador vai ser alugado pela Fetranspor, mas o órgão ainda não tem uma estimativa de custo. O aparelho nunca foi usado para formar motoristas no Rio. Ainda poderá haver aulas com veículos reais no Sest-Senat, em Deodoro.

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